Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1932-2010 (Produção)
- [1925] a 2008 (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
54 (cinquenta e quatro) documentos bibliográficos, 1.275 (hum mil, duzentos e setenta e cinco) documentos iconográficos, 48 (quarenta e oito) documentos textuais e 01 (um) documento tridimensional
Área de contextualização
Nome do produtor
História administrativa
Durante o ano de 1932, em todo o mundo, surgiam apreensões que desequilibraram as finanças dos países; na Europa, o Fascismo e o Nazismo criavam vulto, enquanto na Rússia crescia a introdução de uma política que combatia tanto a democracia quanto como o que denominavam “burguesia”. No Brasil, havia dois anos que ocorrera a Revolução de 1930, que mudara a situação política, social e financeira do país; as relações entre o Governo Provisório e alguns partidos políticos, principalmente gaúchos, foram tornando-se cada vez mais tensos, culminando na Revolução Constitucionalista, movimento armado ocorrido no estado de São Paulo que tinha por objetivo derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Então, no auge da campanha, o Governo, sabendo da necessidade de reforçar suas posições e da escassez de elementos materiais e deficiência de munições, recorreu ao estado do Rio Grande do Sul para a fabricação de tudo quanto fosse possível para atingir seus objetivos; o Estado-Maior do Exército no Rio Grande do Sul procurou nos meios locais atender às imediatas necessidades, encontrando diversas dificuldades.
Foi neste cenário que José Gazola, ainda moço e que de longa data se vinha interessando pela metalurgia e correlatos, aproveitou a oportunidade e procurou contato com a chefia militar em Porto Alegre, prontificando-se a tentar o fabrico do material bélico procurado: a primeira granada fuzil, tipo V.B. (Viviam Brezière), desenhada pelos órgãos técnicos do antigo Arsenal de Guerra de Porto Alegre. Já em fins do mês de Julho de 1932, adquiriu algumas máquinas e, com urgência, organizou a firma “José Gazola e Cia.”, da qual faziam parte seus irmãos Antônio e Sílvio. Instalada a firma e montada a fábrica, foram iniciados os trabalhos e, trinta dias após o recebimento do desenho, José Gazola apresentou os primeiros exemplares do novo artefato bélico, com fabrico ainda inédito no Brasil; com êxito em todas as provas e experiências feitas na linha de tiro da Brigada Militar do Estado, José Gazola assinou o primeiro contrato de material bélico com o Governo Federal, para fornecimento às forças armadas brasileiras.
Terminada a Revolução Constitucionalista, os irmãos Gazola, depois de muitos estudos e pesquisas junto a firmas berlinenses, instalaram a primeira fábrica no Brasil de espoletas para caça com a razão social “Gazola, Travi & Cia.”, por ocasião da associação de Marcos Travi. O êxito de suas operações foi grande, tanto que esta foi sondada por industriais paulistas, aos quais foi vendida a pequena mas bem montada fábrica de munições. A firma resolveu, então, após minuciosos estudos, importar equipamentos e instalar a primeira forja de cutelarias na região nordeste do Rio Grande do Sul, que foi a segunda em todo o Brasil. Enquanto José Gazola percorria o país pesquisando matérias-primas e lançando novos produtos, seus irmãos, Sílvio e Antônio, com operários ainda inexperientes, atendiam os serviços internos.
Mesmo com a qualidade de seus produtos e acabamento que consolidaram o nome de sua indústria em todo o território nacional, os irmãos Gazola enfrentaram muitas dificuldades, não apenas pela falta de mão de obra especializada, mas também pelo descrédito a que foi lançada a produção nacional, devido à falta de apoio e incentivo dos poderes públicos; obrigados a reverter os pequenos lucros em novo maquinário, conseguiram aumentar a empresa e também melhorá-la.
Já em 1939, novos acontecimentos, desta vez internacionais, alteraram os planos traçados pela empresa: a Segunda Guerra Mundial, iniciada na Europa, transformou o ambiente comercial e industrial pela suspensão da exportação de matérias-primas daquela origem; somente os Estados Unidos da América atendiam pedidos, originando uma corrida para obtenção de matéria-prima nacional. Começa, então, o período de racionamento e reaproveitamento, obrigando a metalurgia nacional a fabricar novos produtos para garantir sua sobrevivência. Apesar da segurança brasileira em relação à gravidade dos acontecimentos, já entre 1940 e 1942, o país começou a movimentar-se quanto à defesa e armamento, mobilizando a indústria para suprir do que viria a necessitar para a defesa e mobilização das Forças Armadas. José Gazola, ante a situação, reúne os membros da empresa e resolve viajar ao Rio de Janeiro, oferecendo seus serviços aos órgãos técnicos do Ministério da Guerra e da Marinha, que, embasados na experiência anterior de 1932, não tiveram dúvidas em aceitar.
A empresa iniciou, então, a fase de produção de material bélico, utilizando-se de motores a óleo, gasolina e gás pobre, devido à falta de energia elétrica suficiente, tudo sob a fiscalização técnica militar; por decreto (de 10 de Dezembro de 1942), a indústria Gazola foi declarada “de interesse militar”, fornecendo peças e elementos de munição para artilharia e infantaria, espoletas, detonadores, petardos, bujões para bombas de aviação e atuando na recuperação de carregadores para projéteis e outros objetos de guerra e precisão. A responsabilidade deste compromisso foi grande e exigiu o aumento de espaço: em amplo terreno de 30.000 m², devidamente arborizado e adaptado, foi estabelecida a segunda unidade industrial da empresa, destinada exclusivamente à confecção de material de guerra.
Agindo de forma intensa e acelerada, em 22/07/1943, uma violenta explosão, ainda com causa indeterminada, fez voar pelos ares o principal pavimento da nova fábrica, destruindo-o completamente e ocasionando na morte de cinco operárias. Assim, em questão de minutos, desaparecia todo o patrimônio da empresa, pois as instalações não estavam cobertas por seguro. Este desastre abalou profundamente os dirigentes da mesma, mas, estimulados pelas autoridades militares e civis do Estado e da União, o pavilhão foi reconstruído e equipado novamente, reiniciando o ritmo de trabalho que continuou até o término da Segunda Guerra, em 1945.
Em homenagem às vítimas da explosão, foi construído, ainda em 1943, o Marco em Memória às Moças Operárias, junto a um dos pavilhões de munições da empresa. Seu formato lembra um obelisco e possui uma placa de bronze; o marco foi tombado pelo Município de Caxias do Sul e lançado no Livro do Tombo em 30 de junho de 2003.
Em 1945, foi admitido um novo cotista: era José Ariodante Mattana, o que elevou o capital da empresa e, cessada a fabricação de material bélico em larga escala, foi iniciada a de artigos domésticos. Em 1946, recomeçou a fabricação de cutelarias finas, o que permitiu que a empresa entrasse novamente no mercado e buscasse nos Estados Unidos da América novas máquinas e equipamentos para enriquecer seu parque industrial, além do projeto de fabricação de projéteis perfurantes antitanques. Já em 1949, após estudos realizados em terras norte-americanas, as indústrias Gazola fecharam seu primeiro contrato para fornecimento de modelos 37 mm para as forças brasileiras.
Deste mesmo ano até 1952, sua produção aumentou consideravelmente, mas seus escritórios e expedição tornaram-se precários; pensando nisso, a empresa construiu um moderno edifício e transferiu a Direção e os setores de Contabilidade, de Mostruários e Expedição, além de uma loja de vendas a varejo – a “Brazex” – para o mesmo. A construção do “Edifício Brazex”, em linhas modernas, obedeceu ao chamado “estilo funcional”, dotada com equipamento de calefação, o que abriu uma nova era nas edificações de Caxias do Sul. Neste contexto, sua razão social muda novamente, passando a chamar-se “Indústria Metalúrgica Gazola Ltda.”, devido à saída dos quotistas Marcos e Otarino Travi. A direção ficou com José e Sílvio Gazola, José Ariodante Mattana e Ernesto Cecílio Russomanno assumiram como Subdiretores e Ivo Gazola como Chefe dos Escritórios.
O parque industrial da Indústria Metalúrgica Gazola Ltda., expandido e inaugurado em Março de 1966, era composto de duas unidades, onde funcionavam as máquinas operatrizes e gabinetes de desenho, de metrologia, de resistência dos materiais, de aparelhos de controle, de calibragem e cunhagem, além de produção de artefatos bélicos e de precisão, de munição e armas para caça, peças para máquinas automotoras e de usinagem, peças de precisão para automóveis e caminhões, engrenagens para caixas de câmbio e transmissão. As linhas “Elmo”, “Elmo Cutelaria”, “Elmo Inox”, “Elo”, “Gazola” e “Vulcano Munições” eram marcas registradas da empresa, que tinha, ainda, representantes e caixeiros viajantes em 18 estados brasileiros, além de uma unidade em Nova Iorque (EUA).
Em 1967, a empresa tornou-se sociedade anônima e, em 1971, realizou a abertura de seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo. Em Março de 1974, foi inaugurada a nova fábrica de tesouras, com ampla divulgação na imprensa.
A partir de 1990, a companhia expandiu seu portfólio de produtos com o início da produção de panelas de aço inoxidável. Em 1999, ingressou no mercado de componentes e acessórios para implementos rodoviários.
Combalida por dificuldades financeiras, a empresa teve sua falência decretada em agosto de 2009. Um mês mais tarde, devido a recurso provido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, foi possibilitada a retomada de suas atividades – fato que só ocorreu em meados de Dezembro do mesmo ano. Desestruturada pelo período em que permaneceu fechada, a companhia não logrou sucesso em sua tentativa de recuperação e teve suas operações fabris encerradas em meados de 2010.
O registro de companhia aberta foi suspenso pela Comissão de Valores Mobiliários pela primeira vez em 16/04/2010, em virtude da não publicação de demonstrativos financeiros desde o exercício de 2008. Em maio de 2012, o registro foi definitivamente cancelado pela autarquia. Em 2013, parte do acervo da companhia foi adquirido por dois empresários e itens históricos de propriedade da empresa, tombados pelo município, começaram a ser catalogados com o objetivo de integrar um museu.
Em novembro de 2013, por ocasião da conclusão de processo sancionador conduzido pela Comissão de Valores Mobiliários, os administradores da empresa receberam condenações, na forma de multas e inabilitações de exercício de função em companhias abertas, sob a alegação de abuso de poder de controle.
Nome do produtor
Biografia
José Gazola nasceu em Antônio Prado – RS, aos 07/09/1902. Formou-se como Técnico Rural, na cidade de Viamão – RS, e foi professor em Rio Grande – RS; posteriormente, trabalhou em Caxias, nas firmas Amadeu Rossi e Granzotto & Cia. Ainda moço, interessado na metalurgia e correlatos, aproveitou uma oportunidade surgida com a Revolução Constitucionalista, quando o Estado-Maior do Exército no Rio Grande do Sul procurou nos meios locais atender às imediatas necessidades de armamento. Gazola contatou a chefia militar em Porto Alegre, prontificando-se a tentar o fabrico do material bélico desejado: a primeira granada fuzil, tipo V.B. (Viviam Brezière), desenhada pelos órgão técnicos do antigo Arsenal de Guerra de Porto Alegre. Já em fins do mês de Julho de 1932, adquiriu algumas máquinas e, com urgência, organizou a firma “José Gazola e Cia.”, da qual faziam parte seus irmãos Antônio e Sílvio. Instalada a firma e montada a fábrica, foram iniciados os trabalhos e, trinta dias após o recebimento do desenho, José Gazola apresentou os primeiros exemplares do novo artefato bélico, com fabrico ainda inédito no Brasil.
Terminada a Revolução Constitucionalista, os irmãos Gazola, depois de muitos estudos e pesquisas junto a firmas berlinenses, instalaram a primeira fábrica no Brasil de espoletas para caça com a razão social “Gazola, Travi & Cia.”, por ocasião da associação de Marcos Travi. O êxito de suas operações foi grande, tanto que a firma resolveu, então, importar equipamentos e instalar a primeira forja de cutelarias na região nordeste do Rio Grande do Sul, que foi a segunda em todo o Brasil. Enquanto José Gazola percorria o país pesquisando matérias-primas e lançando novos produtos, seus irmãos, Sílvio e Antônio, com operários ainda inexperientes, atendiam os serviços internos.
Entre 1940 e 1942, José Gazola reúne os membros da empresa e resolve viajar ao Rio de Janeiro, oferecendo seus serviços aos órgãos técnicos do Ministério da Guerra e da Marinha, que, embasados na experiência anterior de 1932, não tiveram dúvidas em aceitar. A empresa iniciou, então, a fase de produção de material bélico por decreto (de 10 de Dezembro de 1942): a indústria Gazola foi declarada “de interesse militar”, fornecendo peças e elementos de munição para artilharia e infantaria. Em 1946, recomeçou a fabricação de cutelarias finas, o que permitiu que a empresa entrasse novamente no mercado e buscasse nos Estados Unidos da América novas máquinas e equipamentos para enriquecer seu parque industrial. As linhas “Elmo”, “Elmo Cutelaria”, “Elmo Inox”, “Elo”, “Gazola” e “Vulcano Munições” eram marcas registradas da empresa, que tinha, ainda, representantes e caixeiros viajantes em 18 estados brasileiros, além de uma unidade em Nova Iorque (EUA). A partir de 1990, a companhia expandiu seu portfólio de produtos com o início da produção de panelas de aço inoxidável e ingressou no mercado de componentes e acessórios para implementos rodoviários.
Combalida por dificuldades financeiras, a empresa teve sua falência decretada em agosto de 2009 e, desestruturada pelo período em que permaneceu fechada, a companhia não logrou sucesso em sua tentativa de recuperação e teve suas operações fabris encerradas em meados de 2010.
José Gazola foi, ainda, um dos fundadores do Rotary Clube, assim como do Lions Clube de Caxias do Sul e do Grupo das Falenas. Foi presidente da Associação Comercial e do Clube Juvenil. Era casado com Odithe Silla Gazola, com quem teve dois filhos: Livio Cesar (seu sucessor na empresa) e Júlio Lúcio Gazola. Era detentor da Ordem do Pacificador, concedida pelo Exército, de comenda na Ordem do Cavalheiro, conferida pelo Governo Italiano e Ordem do Mérito Marechal Rondon. José Gazola faleceu aos 69 anos, em Caxias do Sul, a 20/03/1972.
Ivo Antônio Gazola era filho de Reinaldo Gazola, natural de Antônio Prado – RS, e Maria Luiza Carletti, nascida na Itália. Após concluir o ginásio, matriculou-se no curso de “Perito Contador, no colégio Nossa Senhora do Carmo, trabalhando durante o dia. No seu aniversário de 17 anos, ingressou na empresa de seu tio, José Gazola, a Gazola Indústria Metalúrgica Ltda., quase no mesmo ano em que, por Decreto-Lei de Getúlio Vargas, esta foi considerada de interesse militar e passou a produzir materiais bélicos para o Exército Nacional. Na nova produção, Ivo passou do Almoxarifado para a Química, produzindo fulminato de mercúrio, o explosivo destinado ao carregamento de granadas, função esta exercida até o acidente que enlutou a firma e inúmeras famílias caxienses: a violenta explosão na fábrica, no final de 1943.
Após 1950, passou a atuar como Gerente do Almoxarifado da empresa, escalonando para Gerente de Escritório Central, depois para Gerente Financeiro, Gerente de Vendas e, finalmente, em 1979, para Diretor Comercial. Como funcionário e administrador, viveu anos de expansão na conquista de novos mercados, obtendo subsídios de visitas a feiras e exposições nacionais e internacionais, como na África e em Milão.
Ivo Gazola também de destacou na comunidade caxiense por anos de leonismo: foi presidente do Lions Clube da cidade e responsável, como tesoureiro, pela construção da escola Melvin Jones. Ligado ao ramo da metalurgia, foi diretor financeiro e, posteriormente, presidente da ABITAC – Associação Brasileira da Indústria de Talheres e Cutelaria, Utensílios Domésticos, Hospitalares e Similares, em São Paulo, por duas gestões, quando viabilizou a instalação da sede da entidade junto à FIERGS, em Porto Alegre – RS, o que possibilitou um melhor atendimento à categoria. Em 1987, Ivo Antônio Gazola recebeu homenagem da ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil/RS pelos 55 anos de atividades da empresa Gazola S.A. Em 1992, foi agraciado com o Troféu Caxias 116, através do Jornal Pioneiro e da Rádio São Francisco; em 1993, foi reconhecido como “Colaborador Emérito do Exército” pelo Exército Brasileiro. Já em 2008, Ivo foi homenageado com o “Mérito Metalúrgico Gigia Bandera”, por sua visão estratégica, representação institucional, empresarial e de defesa da livre iniciativa.
Em 1948, Ivo Gazola casou-se com Beloni Meyer, de Veranópolis – RS, com quem teve seus quatro filhos: Maria Tereza, Paulo Cesar, Luiz Alberto e Thais. Ivo Antônio Gazola faleceu em Caxias do Sul, aos 87 anos.
Livio Cesar Gazola nasceu em Caxias do Sul em 29/09/1928. Seus pais, José Gazola e Odithe Silla Gazola, imigrantes italianos, residiram inicialmente em Antônio Prado e junto aos filhos, por volta de 1920, vieram residir em Caxias.
No ano de 1954, Livio Cesar Gazola ingressou na empresa de seu pai, a Indústria Metalúrgica Gazola Ltda., no cargo de Assessor do Departamento Técnico. Três anos depois, assumiu o cargo de Chefe de Compras e, no ano de 1960, após a realização de curso de pós-graduação no exterior, assumiu o cargo de Diretor. Foi uma nova fase: a responsabilidade e os encargos foram se tornando mas amplos e o desafio cada vez maior e abrangente. Em 1969, foram inauguradas as novas instalações de Gazola S.A.: sua área física fora ampliada e uma nova estrutura tecnológica implementada, o que motivou a visita de autoridades de expressão nacional, como a do então Presidente da República, Costa e Silva. Já em 1972, fruto de sua dedicação e conhecimento, Livio passou a ocupar o cargo de Diretor Presidente da empresa e, concomitantemente, dirigiu as empresas Brazex S.A. – Predial, Indústria e Comércio, Brazmar S.A. – Hotéis, Turismo e Empreendimentos Imobiliários e Brazpar – Administração e Participações Ltda.
Paralelamente às atividades de empresário, Livio desempenhou funções nos mais variados segmentos da sociedade caxiense. Nos anos de 1961 e 1962, presidiu o Rotary Clube de Caxias do Sul; de 1962 a 1964, o SIMECS – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Já em 1965, presidiu o Centro Cultural Norte-Americano de Caxias do Sul; no ano de 1969, a convite do então prefeito, Hermes João Webber, Livio Cesar Gazola foi presidente da Festa da Uva. Participou, ainda, da direção do Clube Juvenil, passando a integrar, mais tarde, seu Conselho Fiscal. Na FIERGS – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, ele ocupou cargos importantes entre as décadas de 1960 e 1970, como Presidente do Conselho Deliberativo Superior e atuando em Diretorias. Na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, foi presidente do Conselho Deliberativo (1989 a 1991) e, posteriormente, do Conselho Superior da instituição. Em 1976, Livio Cesar Gazola foi nomeado presidente do Esporte Clube Juventude, do qual era torcedor e, mesmo findo seu mandato, continuou trabalhando pelo clube esmeraldino, integrando Conselhos e assessorando sua presidência. Em 1987, foi homenageado com o “Mérito Metalúrgico Gigia Bandera” e, em 18/11/1997, recebeu a Comenda do Décimo Aniversário do SENAI José Gazola – Centro de Formação Profissional. Em 20/08/1998, recebeu o título de Cidadão Emérito da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. Permaneceu na presidência da Gazola S.A. Indústria Metalúrgica até 2004, quando passou a integrar o Conselho de Administração da empresa.
Livio Cesar Gazola casou-se, em Julho de 1956, com Sandra Souza Leão de Oliveira, que conheceu em uma viagem ao Rio de Janeiro e com quem teve quatro filhos: Luiz Eduardo, Ana Isaura, Flávia e Adriana. Ele faleceu aos 78 anos, em Caxias do Sul, vítima de insuficiência cardíaca.
Entidade custodiadora
História do arquivo
O fundo documental é formado, em sua maioria, por doações feitas em diferentes períodos:
- Em 09/12/1993, Livio Cesar Gazola, doou fotografias relativas ao período em que foi presidente da Festa Nacional da Uva realizada em 1969.
- Na data de 05/09/2008, Odilon Superti, Diretor Comercial da Gazola S. A. – Indústria Metalúrgica, autorizou o Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami a usar 20 (vinte) imagens cedidas em suporte digital sobre a empresa, para fins de pesquisa, sempre havendo a menção de que os originais, em suporte positivo, se encontravam em posse da Gazola S. A. Indústria Metalúrgica.
- Em 21/11/2006, Livio Cesar Gazola voltou a fazer mais uma doação de fotografias.
- Em 2010, funcionários do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami auxiliaram a historiadora Maria de Fátima Valentini Canevese nos procedimentos de higienização, identificação e catalogação de peças, fotografias e documentos, até então acondicionados de forma inadequada, para a constituição do então futuro Memorial Gazola, que seria aberto à visitação de escolas, universidades e ao público em geral.
- Em 13/09/2012, Ivo Antonio Gazola, doou quinhentos e trinta e seis fotografias ao Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, incluindo os originais das vinte imagens cedidas anteriormente em suporte digital. Além disso, a doação incluiu documentos, recortes de jornais, catálogos e diplomas.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Livio Cesar Gazola, em 09/12/1993 e 21/11/2006; Odilon Superti, em 05/09/2008; Ivo Antonio Gazola, em 13/09/2012.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Documentos e fotografias produzidos e acumulados pela empresa Gazola S.A. – Indústria Metalúrgica.
Avaliação, seleção e eliminação
O acervo doado por Ivo Antonio Gazola está, em sua totalidade, sob guarda do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, em caráter permanente.
Incorporações
Há previsão de futuras incorporações ao acervo.
Sistema de arranjo

FUNDO BR.RS.AHMJSA.AP.GZL – Gazola S.A. Indústria Metalúrgica
Grupo 01. Administração
Série 01.01.Constituição e História
Dossiê 01.01.001. Fundação e Relações com a Cidade
Série 01.02.Patrimônio
Subsérie 01.02.01.Fábricas
Dossiê 01.02.01.001. Fábrica de Materiais Bélicos e Talheres
Dossiê 01.02.01.002. Nova Fábrica de Talheres
Dossiê 01.02.01.003. Fábrica de Tesouras
Dossiê 01.02.01.004. Filial Baiana
Subsérie 01.02.02.BRAZEX
Série 01.03.Recursos Humanos
Subsérie 01.03.01.Gestão Administrativa e Colaboradores
Dossiê 01.03.01.001. José Gazola
Dossiê 01.03.01.002. Ivo Antônio Gazola
Dossiê 01.03.01.003. Lívio César Gazola
Dossiê 01.03.01.004. Colaboradores
Subsérie 01.03.02. Relações com os Funcionários
Dossiê 01.03.02.001. Explosão na Fábrica de Materiais Bélicos: memória e homenagens
Dossiê 01.03.02.002. Atividades de Integração para Funcionários e Colaboradores
Dossiê 01.03.02.003. Confraternizações da empresa
Dossiê 01.03.02.004. O Gazolino
Série 01.04. Eventos
Subsérie 01.04.01.Atos Cívicos
Subsérie 01.04.02.Visitas Ilustres
Dossiê 01.04.02.001. Instituições e Empresariado
Dossiê 01.04.02.002. Militares
Grupo 02. Produtos Finais
Série 02.01. Esforço de Guerra_
Série 02.02. Cutelaria e Utilidades Domésticas
Dossiê 02.02.001. Talheres e Instrumentos de Corte
Dossiê 02.02.002. Baixelas e Panelas
Série 02.03. Ferramentas e Ferragens em Geral
Grupo 03.Marketing
Série 03.01.Publicidade e Propaganda
Série 03.02.Feiras e Exposições
Série 03.03.Festa da Uva
Subsérie 03.03.01.A Participação da Gazola
Subsérie 03.03.02. Livio Cesar Gazola: Presidente da Festa da Uva de 1969
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Os retratos têm restrições quanto à reprodução, de acordo com a legislação em vigor, necessitando de autorização do retratado ou de seus familiares; o acesso é feito, preferencialmente, via Base de Dados (Sistema ABCD), nas dependências do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
Condiçoes de reprodução
O acervo pode ser reproduzido por meio fotográfico ou digital (conforme política da Instituição, por meio de assinatura de Declaração de Uso de Imagens).
Idioma do material
português do Brasil
Sistema de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Alguns documentos textuais necessitam reparos; os documentos iconográficos, em sua maioria, apresentam bom estado de conservação.
Instrumentos de descrição
Guia do Quadro de Arranjo disponibilizado na Base de Dados da Instituição e na plataforma de pesquisa online.
Área de materiais associados
Existência e localização de originais
A maioria dos documentos integrantes deste acervo são originais.
Existência e localização de cópias
Foram cedidas cópias dos documentos catalogados neste acervo e de seu quadro de arranjo para o Memorial Gazola, no formato de cooperação entre instituições de memória. Esta ação foi oficializada durante a solenidade que marcou o lançamento do novo site do Memorial Gazola, em 22/11/2017: https://www.memorialgazola.com.br.
Unidades de descrição relacionadas
- Existem projetos arquitetônicos de propriedade da empresa Gazola, Travi e Cia. / Gazola S.A. – Indústria Metalúrgica (ampliação da empresa, galpão, pavilhões, depósito de explosivos, paiol para depósito de espoletas, fábrica de tesouras, de pavilhão que abrigaria o setor administrativo, refeitório, cozinha e vestiários), além de projeto referente ao Edifício Brazex, todos arquivados na Unidade Arquivo Público do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;
- Existe entrevista com Ivo Antônio Gazola na Unidade de Memória Oral do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami e outras onde a empresa Gazola, Travi e Cia. / Gazola S.A. – Indústria Metalúrgica aparece como subtema;
- Os Fundos Documentais Toigo, Silvio (TOI), Vicenzi, Santo – Família (NZI), D’Arrigo, José (JDA), Família Ungaretti (UNT), Mattana, José Ariodante (MAT), Argenta, Vicente (ARG), Eberle, Júlio João – Família (JAE), Lisboa, Joaquim Pedro (JPL), Gasperin, Alice (GAS), Cruz Vermelha Brasileira – Núcleo Caxias (VBC), Estação Ferroviária de Caxias do Sul (EFE) e Festa da Uva (FUV, que integram a Unidade Arquivos Privados do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, possuem documentos relativos ou que mencionam a empresa Gazola, Travi e Cia. / Gazola S.A. – Indústria Metalúrgica;
- Existem livros disponíveis para consulta, na Biblioteca do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, relativos ou que mencionam a empresa Gazola, Travi e Cia. / Gazola S.A. – Indústria Metalúrgica.
Área de notas
Nota
Acervo em bom estado de conservação.
Nota
Raça/cor/etnia: NEGRA.
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
Brasil. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006. 124p;
Lei Nº 12.527, de 18/11/2011 (dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações);
Conselho Internacional de Arquivos. ISAAR(CPF): norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias. Tradução de Vitor Manoel Marques da Fonseca. 2. ed., Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2004. Adotada pelo Comitê de Normas de Descrição, Canberra, Austrália, 27-30 de outubro de 2003.
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão, eliminação
O processamento técnico do acervo foi feito por Tadiane Tronca, Deise Cristiane Giacomoni e Douglas Silva, entre os anos de 2013 e 2016. Em 2016, o quadro de arranjo foi modificado para adequar-se à NOBRADE, com processamento técnico feito por Catiuscia Xavier (Junho/2016 a Abril/2017).
Revisão em 27/06/2024, por Catiuscia Xavier.
Idioma(s)
português do Brasil
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Para atribuição de data, localizações e identificação de pessoas foram utilizados:
Acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami e site do Centro de Memória da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul;
Publicação “INDÚSTRIA METALÚRGICA GAZOLA – ÁLBUM COMEMORATIVO DO VIGÉSIMO QUINTO ANIVERSÁRIO (1932 – 1957)”. 1a. Edição. SPALDING, Walter (organizador).Caxias do Sul, RS: IP, 1957;
http://www.google.com.br/;
http://www.bangue.com.br/portal/; http://www.bangue.com.br/portal/a-usina-terra-nova/;
http://www.terranova.ba.io.org.br/;
http://www.empresascnpj.com/s/empresa/gazola-sa-industria-metalurgica/88611983000224/;
http://www.receita.fazenda.gov.br/;
http://www.mercadolivre.com.br/;
http://http://liquid.camaracaxias.rs.gov.br/;
http://wp.clicrbs.com.br/memoria;
http://www.juventude.com.br/;
http://www.simecs.com.br/;
http://http://jcrs.uol.com.br/;
http://www.caixars.com.br/historia;
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/;
http://segundaguerra.net/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial/;
http://www.tele-rio.com/nossahistoria.htm;
http://www.fotolog.com/abelmoreira/;
http://anba.com.br/;
Boletim Informativo do Museu e Arquivo Histórico Municipal, número 6, Reedição 1990.
