Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1890 - 1980 (Acumulação)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
141 (cento e quarenta e um) documentos iconográficos, 145 (cento e quarenta e cinco) documentos textuais e 01 (um) documento tridimensional
Área de contextualização
Nome do produtor
Biografia
Rodolfo Ermenegildo Secondo Braghirolli, filho de Carlos Braghirolli e Lucia Braghirolli, nasceu em San Benedetto Po, província de Mantova (Mântua), Itália em 15 de abril de 1860, sendo batizado na Igreja Paroquial de “S. Siro vescovo”, na localidade de San Siro, município de San Benedetto Po. Em 1869, ainda menino de nove anos, mas já alfabetizado com diploma de distinção, Rodolfo chegava a Caxias com seu pai Carlos Braghirolli, que aqui chegando e encontrando só mato, ele, um intelectual, enfrentou um grande desespero por não encontrar o conforto necessário nem recursos básicos para instalar sua família. O pequeno imigrante Rodolfo foi crescendo na “Freguesia de Santa Teresa” e ajudou a construir Caxias. Muito jovem, dedicou-se à profissão de alfaiate, ensinando-a a outros jovens e paralelamente os alfabetizando espontaneamente. Pelos anos de 1880, fez curso de aperfeiçoamento em alfaiataria em Turim-Itália, na Academia de Victorio Raffignone, seu professor. Foi um dos primeiros imigrantes italianos a se naturalizar brasileiro. De profissão industrialista, estabelecido com oficina de alfaiate e confecção de roupas feitas, foi premiado com Diploma de Menção Honrosa na Exposição Estadual do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, em 1901. Teve seu trabalho reconhecido no âmbito internacional, quando da sua premiação na exposição de Turim, no ano de 1911, ocasião em que exibiu seus trabalhos de corte. Foi pioneiro no ramo da alfaiataria e da construção civil nos primórdios da cidade. Em 1915, foi eleito presidente da associação denominada União Geral dos Alfaiates. Casou-se com Josefina Rosina Braghirolli em 14 de fevereiro de 1885, em Caxias (RS), na Igreja de Santa Teresa. Do matrimônio nasceram 12 filhos, sendo que os cinco primeiros (Luiza, Higinia, João, Rômulo e Dina) faleceram muito cedo; os outros são: Hygina, Sylvia, Aldo, Dyna, Lyna, Yolanda, e Branca (falecida com 14 anos de idade). Em 1887, foi um dos fundadores da então Sociedade Italiana de Mútuo Socorro Príncipe de Nápoles, mais tarde Sociedade Caxiense de Mútuo Socorro, sendo em sucessivas diretorias, vice-presidente, secretário, 1o secretário do Conselho Diretivo e conselheiro. Em 14 de setembro de 1897 foi nomeado para o cargo de 1o Suplente do Juiz Distrital da sede do município de Caxias pelo então Presidente do Estado, Júlio Prates de Castilhos, para o mandato de quatro anos. Em 1o de fevereiro de 1898, a Inspetoria Escolar da 3a Região, com sede em Montenegro, que tinha jurisdição sobre a Vila de Santa Teresa e como inspetor Lucio Brasileiro Cidade, nomeia através deste, Rodolfo Braghirolli como membro do Conselho Distrital do distrito escolar de Caxias. Em 08 de julho de 1901 participa da fundação da Associação dos Comerciantes de Caxias e na Assembleia Geral de fundação da entidade foi eleito membro do Conselho Fiscal, juntamente com Rodolfo Felix Laner e Ludovico Sartori, sendo-lhe conferido o título de Sócio Honorário nos quarenta anos da fundação, quando era presidente, Ottoni Minghelli.
Em setembro de 1906, por proposta de Arthur de Lavra Pinto, Rodolfo Braghirolli foi unanimemente aceito como sócio contribuinte do Grêmio Literário Caxiense. Rodolfo Braghirolli estava também entre os que, em 1908, fundaram a Associação “União Conductora”, que tinha por fim manter um carro fúnebre para a condução dos mortos, sem distinção de posição e nacionalidade. Em 30 de junho de 1910 lhe foi conferido o título de sócio remido da referida associação, sendo na ocasião o presidente, Miguel Muratore. Também em 1910, Rodolfo Braghirolli foi um dos oradores oficiais na inauguração da Estação Férrea, um avanço que pleiteava junto ao governo estadual desde de 1897. Fez parte do primeiro grupo de representantes do teatro amador em Caxias. Foi membro da Sociedade Filodramática, representando-a juntamente com Pedro Stangherlin, Antonio Piccoli, Angelo Manfro, Nicolau Salermo e Luiz Curtolo. Foi um dos sócios-fundadores do Clube Juvenil, tendo feito, em 1909, um empréstimo de 10 mil réis, ação assinada pelo presidente da agremiação Hermenegildo Buratto e pelo tesoureiro Victorio Rossi. Em 25 de agosto de 1927 adquire o antigo Cine Theatro Apollo e inicia sua reconstrução após o incêndio ocorrido em 28 de maio de 1927, sendo o mesmo reformado em 1952, quando passa a se denominar Cine Teatro Ópera, sob direção de Júlio Ribeiro Mendes. Foi membro do Conselho Municipal (atual Câmara de Vereadores), na época de Tancredo Feijó. Em 1954, seu nome foi um dos escolhidos pelo prefeito municipal Major Euclides Triches, para denominar uma das ruas da cidade. Rodolfo Braghirolli faleceu em Caxias (RS) a 11 de fevereiro de 1942, com 82 anos de idade. Seu atestado de óbito foi firmado pelo Dr. Luiz Faccioli, que deu como causa da sua morte, a febre urinosa.
Josefina Rosina Braghirolli, filha de Candido Rosina e Margarida Basanella Rosina, nasceu na localidade denominada Alba de Rovereto, província de Trento, do então Reino da Áustria-Hungria, mais tarde Reino da Itália, em 1o de setembro de 1867. Seu pai Candido era oficial de marceneiro e considerado na Itália um grande artista. Dona Bepa, como carinhosamente a chamavam, chegou com seus pais ao Brasil, em São Sebastião do Caí em 1o de janeiro de 1877, após ter desembarcado no Rio de Janeiro de uma viagem de quarenta dias de navio. Casou-se com Rodolfo Braghirolli em 14 de fevereiro de 1885, tendo doze filhos ao total, dos quais cinco morreram precocemente e uma ainda adolescente. Com vários filhos para cuidar, Josefina trabalhava ainda na alfaiataria ao lado do marido e prestava assistência aos clientes e amigos que vinham de Vacaria e se hospedavam num barracão aos fundos da residência da família, situada na avenida Júlio de Castilhos. Josefina Braghirolli exerceu seu direito ao voto nas eleições para presidência da República em 1945, aos 78 anos de idade e para prefeito de Caxias do Sul em 1951, com 84 anos de idade, ambas ocasiões registradas nos jornais Diário do Nordeste e O Pioneiro, respectivamente. Em 27 de agosto de 1976, Mário Gardelin enquanto Vereador pela Arena, indicou seu nome para denominação de rua (Indicação 346/76). Josefina Braghirolli faleceu em 02 de maio de 1961. Conforme certidão de óbito, as causas de sua morte foram insuficiência hepática, uremia e diabetes.
Entidade custodiadora
História do arquivo
O fundo documental é formado em sua maioria por documentos provenientes de doações feitas por membros da família, em diferentes períodos e por doações de itens documentais iconográficos realizada por Mário Gardelin (professor, jornalista, historiador, escritor, político, dentre outras atribuições), nascido a 14/01/1928 em Santa Bárbara de Ana Rech e falecido a 04/04/2019 em Caxias do Sul.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
O fundo documental é formado por doações feitas por membros da família, em diferentes períodos e pelo professor Mário Gardelin:
Dyna Braghirolli e Lyna Braghirolli, filhas de Rodolfo Braghirolli e Josefina Rosina Braghirolli, efetuaram doações em 16/12/1974, 03/02/1975, 01/12/1980, 10/12/1980, compostas por fotografias, recortes de jornais, documentos diversos;
Aldo Braghirolli Menna Barreto, doação efetuada em 08/06/2018, constituída por fotografias, recortes de jornais, documentos;
Mário Gardelin, doação efetuada em 08/10/2008, constituída por fotografias.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Documentação produzida e acumulada pela família Braghirolli. O acervo passou por higienização e acondicionamento primário antes de seu processamento; este recebeu intervenções técnicas de conservação e restauro em alguns de seus documentos, porém, existem outros documentos que necessitam de técnicas de intervenções, por isso, apresentam restrições de consulta. A maioria dos documentos textuais tem caráter original.
Avaliação, seleção e eliminação
A documentação doada passou por critérios de avaliação para sua catalogação, sendo selecionada, codificada e acondicionada conforme o quadro de arranjo elaborado.
Incorporações
Há previsão de incorporações.
Sistema de arranjo

FUNDO BR.RS.AHMJSA.AP.BRA – Família Braghirolli
Série 01. Rodolfo Braghirolli
Subsérie 01.01. Documentos pessoais
Subsérie 01.02. Documentos acumulados
Subsérie 01.03. Diplomas
Série 02. Josefina Rosina Braghirolli
Subsérie 02.01. Documentos pessoais
Subsérie 02.02. Documentos acumulados
Série 03. Matrimônio de Rodolfo Braghirolli e Josefina Rosina Braghirolli
Subsérie 03.01. Relações familiares
Subsérie 03.02. Aldo Carlo João Rodolfo Braghirolli
Dossiê 03.02.001. Documentos pessoais e acumulados
Dossiê 03.02.002. Aldo Carlo Júlio Braghirolli
Subsérie 03.03. Sylvia Braghirolli
Dossiê 03.03.001. Documentos acumulados
Subsérie 03.04. Dyna Braghirolli
Dossiê 03.04.001. Documentos acumulados
Dossiê 03.04.002. Vida profissional
Dossiê 03.04.003. Relações com a cidade
Subsérie 03.05. Lyna Braghirolli
Dossiê 03.05.001. Documentos acumulados
Série 04. Acumulados da família
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Com algumas restrições, dando-se preferência a acesso via Base de Dados (Sistema ABCD), nas dependências do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
Condiçoes de reprodução
Os documentos textuais e bibliográficos podem ser reproduzidos por meio fotográfico ou digital, as fotografias podem ser reproduzidas por meio digital; em ambas as situações, é necessária a assinatura da Declaração de Uso de Imagens.
Idioma do material
italiano
português do Brasil
Sistema de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
O acervo passou por higienização e acondicionamento primário antes de seu processamento; alguns documentos já receberam intervenções técnicas de conservação e restauro, porém, existem outros documentos que necessitam de intervenções, por isso, apresentam restrições de consulta.
Instrumentos de descrição
Guia do Quadro de Arranjo disponibilizado na Base de Dados interna da Instituição e na plataforma de pesquisa online: arquivomunicipal.caxias.rs.gov.br.
Área de materiais associados
Existência e localização de originais
O acervo que foi doado ao Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami é formado por documentos originais, em sua grande maioria.
Existência e localização de cópias
O acervo que foi doado ao Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami é formado, em sua grande maioria, por documentos originais.
Unidades de descrição relacionadas
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Documentos relacionados à família Braghirolli integram o fundo documental da Diretoria da Colônia Caxias e Comissão de Terras e Medição dos Lotes em Caxias (ofício do Palácio do Governo - 5ª Diretoria, José Júlio de Albuquerque Barros, para o Engenheiro Diretor da Colônia Caxias, comunicando devolução de título definitivo do lote urbano nº 10 da quadra 21, vendido em hasta pública a Rodolfo Braghirolli; requerimento de Clemente Fonini para o Presidente da Província solicitando a concessão do lote n.º 4 da quadra n.º 23 da sede Dante, em nome de Rodolfo Braghirolli, que nunca fora ocupado; ofício de Rafael Augusto Brandão, Engenheiro da Inspetoria Especial de Terras e Colonização em Porto Alegre, para o Engenheiro Chefe da Comissão de Terras em Caxias, comunicando o envio do requerimento de Clemente Fonini, em que o mesmo alega ocupar o lote n.º 4 da quadra n.º 23 da sede Dante, concedido a Rodolfo Braghirolli) do acervo da Unidade Arquivo Público do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;
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Entrevistas produzidas pela Unidade Banco de Memória do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami com diversos entrevistados, com temáticas relacionadas aos membros da família e suas atividades profissionais e sociais (origens e formação do coral Santa Teresa, arte da música, curso de bordado do Círculo Operário com a professora Sylvia Braghirolli, aulas de Educação Física no Colégio Estadual Henrique Emílio Meyer com a professora Lyna Braghirolli, cinemas mudos acompanhados pela pianista Dina Braghirolli);
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Fotografias relacionadas à família Braghirolli integram os fundos documentais Família Saldanha (SAL), Studio Geremia (GER), Biblioteca Pública (BIP) – Álbum da Exposição Comemorativa do “Cinquantenario della Colonizzazione Italiana nel Rio Grande del Sud - 1875-1925”, Domingos Mancuso (MAN), João Spadari Adami (JSA), Suely Bascú (SBU), Família Batasttini (BTA), Frederico Bergmann (BER), Henriqueta Bonnett (BON), Maria Elizabetha Parolini Eberle (EME), Eunice Faccioli (FAC), Iracema Faccioli (FFI), Guimarães Francisco da Silva, Alice Gasperin (GAS), Família Gianella (GIA), Juliana Lamb (LAM), Família Pezzi (PZZ), Sérgio Henrique Salvador (SSH), Zila Guidalli Sehbe (SZG), Romana Bragatti da Veiga (BRV), todos integrantes do acervo da Unidade de Arquivos Privados do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;
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Documentos relacionados à família Braghirolli integram os fundos documentais Enio Arioli (ALE), Família Horn (OVH), Ivanyr Euclínia Marchioro (IMA), Família Rossi (ROS), Luiz Napolitano (NAP), Família Coulon (COU), Família Thimmers Comandulli (CTM), Vicente Argente (ARG), Coleção Especial Santinhos (STN), Frederico Bergmann (BER), Caxias Tênis Clube (CTC), Dario Granja Sant’Anna (DGS), Família Ungaretti (UNG), todos integrantes do acervo da Unidade de Arquivos Privados do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;
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Livros que mencionam ou fazem relação a Rodolfo Braghirolli e os serviços e comércio de Caxias-RS; Josefina Rosina Braghirolli (Dona Bepa) e as primeiras levas de imigrantes que viram Caxias nascer e prosperar; loja de chapéus de Sylvia Braghirolli (estabelecimento citado no livro de Loraine Slomp Giron, “Dominação e Subordinação – mulher e trabalho na pequena propriedade”, lista de nomes das mulheres proprietárias constantes no livro de Lançamento de Indústrias – Intendência de Caxias de 1924); José Afonso Braghirolli Galvão e o Rotary Caxias do Sul Imigrante estão disponíveis para consulta na Biblioteca de Apoio do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
Área de notas
Nota
Acervo com documentos, em sua maioria, em bom estado de conservação.
Nota
Raça/cor/etnia: NEGRA; [INDÍGENA].
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
Brasil. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006. 124p;
Lei Nº 12.527, de 18/11/2011 (dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações);
Conselho Internacional de Arquivos. ISAAR(CPF): norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias. Tradução de Vitor Manoel Marques da Fonseca. 2. ed., Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2004. Adotada pelo Comitê de Normas de Descrição, Canberra, Austrália, 27-30 de outubro de 2003.
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão, eliminação
Abril de 2022 a Outubro de 2022.
Idioma(s)
português do Brasil
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Para atribuição de data e locais de documentos, foram utilizados:
Base de Dados do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami (Sistema ABCD);
Jornais da Hemeroteca Digital do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, disponíveis nos sites da Biblioteca Nacional e do Centro de Memória da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
