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Datas de existência
Histórico
Annuccio Ungaretti, filho de Geremias e Clelia Ungaretti, nasceu em Valdottavo, Província de Lucca – Itália, a 08/12/1861; migrou para o Brasil em 03/11/1893, a convite de seu irmão Américo Ungaretti que já vivia em solo brasileiro à época e com quem posteriormente associou-se no comércio de fazendas, com lojas em Santo Amaro – SP, São Jerônimo – RS e Porto Alegre – RS. Em viagem para a zona colonial italiana no Rio Grande do Sul, conheceu Eulália Lunardi (07/08/1880 a 03/06/1912), filha de Romano Lunardi e Antonia D’Ambroz Lunardi, com quem casou-se em 29/08/1896 e teve cinco filhos: Júlio, Dario Romano (21/12/1900 a 27/02/1985), Clélia Antonieta (24/03/1903), Iris (09/01/1905 a 02/06/1988) e Nady Hilda (11/12/1907). Após o matrimônio, passou a residir na então Villa de Santa Tereza de Caxias – RS, onde foi um dos primeiros exportadores de vinho e videiras finas da região.
Em chácara de sua propriedade, na área próxima ao então futuro Parque da Imprensa, Annuccio dedicou-se ao cultivo de oliveiras: contava com 110 árvores, plantadas a partir de 1903, e das quais colhia cerca de 4.000 kg de azeitonas. Esta atividade merece grande destaque, já que recebera diversos prêmios em exposições, como a medalha de ouro na 2ª Exposição Agro-Pecuária, realizada na capital gaúcha em 1912, na categoria “azeitonas em conserva”, a medalha de prata na Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro – RJ em 1922, na categoria “Azeitonas – classes 35 e 36”, a medalha de ouro na Exposição Municipal de Caxias – RS, realizada em 1925, na categoria “Conservas de Azeitonas”.
Após o falecimento de Eulália, casou-se novamente com Maddalena Pilla Celi (07/12/1878 a 19/06/1938), viúva de Luciano Celi, industrial do ramo alimentício de Porto Alegre – RS, com quem teve três filhos (Nilo Antônio, nascido em 14/12/1915; Ugo Silvio René, nascido em 15/08/1917; Gema Maria Eulália, nascida em 01/09/1921) e dois enteados (José Ettore Pilla Celi, pintor e fotógrafo conhecido como “Heitor Celi”, e Stella Pilla Celi, nascida em 17/10/1909).
Foi proprietário do segundo quiosque comercial construído na praça Dante Alighieri, onde mantinha o “Bazar Familiar”, cujo contrato com a Intendência Municipal foi assinado em 17/11/1898 e rescindido pela mesma por meio do Ato nº 08, de 12/04/1909, publicado na edição de 17/04/1909 do jornal O Brazil. Ali, foram comercializadas miudezas, fazendas, brinquedos, entre outros. Na década de 1920, já figurava como agente da Loteria Estadual na cidade, nomeação que perdurou até 1942. Também foi proprietário da “Loja Americana”, bazar localizado à então rua Júlio de Castilhos, 79.
A residência de Annuccio Ungaretti, localizada à atual avenida Júlio de Castilhos, onde está construído o Edifício Martinato, foi referência para a fundação de duas instituições importantes para os caxienses: do Sport Club Ideal, primeiro clube de futebol caxiense, fundado em 1910, com a sede instalada aos fundos da residência e que posteriormente passou por uma fusão com o Sport Club Juventude, e da primeira policlínica caxiense, também fundada em 1910, composta de consultórios, sala de operação e alguns quartos hospitalares para os doentes atendidos pelos médicos Cesar Merlo, cirurgião, Vicente Bornancini, oculista, e Henrique Fracasso, então futuros proprietários do Hospital Nossa Senhora de Pompéia.
No âmbito social, participou da Comissão Provisória em prol da fundação da Associação dos Comerciantes de Caxias do Sul, à época Villa de Santa Teresa de Caxias, junto a Ítalo Bersani, Luiz Baldessarini, Mário Marsiaj e Luiz Pieruccini, cuja assembleia ocorreu em 08/07/1901, nos salões da Sociedade Operária Príncipe de Nápoles, e que atualmente corresponde à CIC – Câmara de Indústria e Comércio. Annuccio foi eleito para integrar a Comissão Fiscal da associação.
Em 1913, quando o Colégio Nossa Senhora do Carmo estava instalado em um barracão aos fundos da Igreja Matriz de Caxias – RS, foi criado o Curso Noturno, elementar e comercial, sob a orientação do clero e do Clube Literário Recreio Dante, fundado em 10 de Abril pelo vigário Dom João Meneguzzi. Tinha por finalidade promover a educação, instrução e lazer “com moderação” dos alunos e sua primeira diretoria foi formada por José Panceri, Annuccio Ungaretti e Abramo Eberle; funcionou por quase 20 anos.
Fez parte do Conselho Fiscal da Cooperativa Agrícola de Caxias junto a Antonio Giuriolo, Miguel Muratore, Abramo Eberle e Mansueto Pezzi, e foi sócio-fundador da Sociedade Operária Príncipe de Nápoles, além de atuar como Delegado da Real Agência Consular Italiana na cidade. Em 28/09/1930, Annuccio participou das festividades de inauguração do novo edifício do Colégio Murialdo de Ana Rech, convidado como Paraninfo. Mário Gardelin, enquanto Vereador, indicou seu nome para denominação de rua (Indicação 398/75), localizada no bairro Sagrada Família, em Caxias do Sul – RS. Faleceu em 22/01/1954, com 93 anos, vítima de marasma senil.
Júlio Lunardi Ungaretti, primogênito de Annuccio e Eulália Lunardi Ungaretti, nasceu na Villa de Santa Teresa de Caxias – RS, em 28/05/1897. Casou-se com Lyra Bernardi (de 13/06/1897 a 17/12/1977; filha de Paulino e Mary R. Bernardi), a 18/02/1922, em Porto Alegre – RS, com quem teve quatro filhos: dois meninos (Aldo Luiz e Marco Antônio), que faleceram ainda crianças, Neda (15/01/1923) e Marisa (16/06/1931 a 24/06/2002). Neda casou-se com Euclides Triches, a 15/12/1951, com quem teve um filho, André; Marisa casou-se com Itacir Romeu Rossi, um dos proprietários do Cine Real, a 03/02/1951, com quem teve cinco filhos: Itacir, Valter, Júlio, Tiago e Diogo.
Foi empresário industrial no ramo de tecelagem e confecção: a Tecelagem Marisa Ltda., criada em 1929, tinha sua produção destinada a tecidos e artefatos de seda e rayon. Em 1951, devido ao crescimento da empresa, abriu capital, transformando –se em S/A: passou a fabricar lingerie, jersey de acetato, nylon e poliéster, possuindo tinturaria própria. Associado à Celso Tadei, Júlio também era proprietário da Bioquímica Nacional Ltda., do ramo de tecelagem e tinturaria.
Foi presidente da Associação Comercial de Caxias do Sul – RS, entre 1947 e 1949, e Presidente da Comissão Organizadora da Festa da Uva, nas edições de 1950 e 1954. Foi de sua iniciativa a contratação do pintor italiano Aldo Locatelli para a execução do painel retratando o início da colonização italiana que encontra-se no atual Centro Administrativo Municipal, antigo pavilhão de exposições da Festa da Uva. Fez parte do Rotary Clube de Caxias do Sul e foi um dos fundadores do Centro Ítalo-Brasileiro. Seu nome foi indicado para denominação de avenida, localizada no bairro Desvio Rizzo, em Caxias do Sul – RS. Faleceu em 31/12/1990.
José Ettore Pilla Celi, nasceu no dia 01/02/1907, em Porto Alegre – RS, filho de Maddalena Pilla Celi e Luciano Celi. Desde cedo demonstrou gosto pelo desenho, sendo incentivado pelos familiares e, aos poucos, foi se aperfeiçoando. Quando passou a assinar suas obras, optou pelo nome Heitor Celi, seu segundo nome traduzido para o português. Seu pai, um industrial do ramo alimentício, faleceu jovem, vítima de um incêndio que atingira uma de suas fábricas. Para distraírem-se, Heitor e sua irmã Stella (a outra irmã, Hilda, faleceu repentinamente), passaram a visitar parentes em Caxias – RS, onde sua mãe conheceu o também viúvo Annuccio Ungaretti, pai de cinco filhos. Os viúvos casaram-se e uniram suas famílias.
Nos anos 1930, Heitor decidiu morar no Rio de Janeiro – RJ, onde frequentou o curso de Belas Artes e paralelamente estudou fotografia. Uniu a fotografia à pintura (fotopintura) e fazia retratos a óleo. Na década de 1940, retornou a Porto Alegre, abrindo um atelier denominado "Studio de Arte e Fotografia", na Rua da Praia. Nesta fase, o contato com sua família fica mais assíduo, o que o fez transitar nas sociedades porto-alegrense e caxiense: fez retratos e fotopinturas de Alda Muratore Eberle com os filhos, do casal Salatino, Bispo Dom José Baréa e dos empresários Eduardo Mosele e Aristides Germani. Também pintou retratos para a Metalúrgica Abramo Eberle Ltda. Faleceu em Porto Alegre, no dia 21/05/1959, vítima de um derrame cerebral.
Locais
Estado Legal
Funções, ocupações e atividades
Mandatos/fontes de autoridade
Estruturas internas/genealogia
Contexto geral
Área de relacionamentos
Área de pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ocupações
Área de controle
Identificador de autoridade arquivística de documentos
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
descrições embasadas na norma ISAAR Brasil (CPF) como unidades dentro deste quadro de arranjo, com níveis de detalhamento parciais e visando controlá-las como ponto de acesso e registrar a relação direta entre os integrantes da família Ungaretti.
Estado atual
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão e eliminação
Idioma(s)
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Documentação deste fundo documental;
Base ABCD do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;
Jornal Pioneiro, edições de 04/07/1964, 11/06/1977, 05/01/1985, 05/04/1985, 01/06/1985, 13/05/1988, 05/09/2002
Jornal Caxias, edições de 03/10/1929 e 16/10/1930.
Jornal Cidade de Caxias, edições de 22/06/1911, 19/03/1913 e 17/11/1913.
Jornal A Época, edição de 01/01/1942.
Câmara Municipal de Vereadores de Caxias do Sul. Projeto de Lei nº 5549/2000; Processo nº 228/2000.
“Cultura da oliveira e noções sobre a industrialização das azeitonas”. GOBBATO, Celeste. 1ª Edição. Porto Alegre, RS : Oficinas Gráficas da Tipografia do Centro S.A. 1945.
“Álbum comemorativo do 75º aniversário da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul”. BERTASO, Henrique D'Avila; LIMA, Mário de Almeida (organizadores); ASSIS, Nelson de; BERNARDI, Mansueto; PELLANDA, Ernesto; SÁ, Mem de; RAMBO, B.; MÂNICA, Ernesto (Padre); VALVERDE, Orlando; MONSERRAT, J.; LAYTANO, Dante de; SOUZA, J. P. Coelho de; GOBBATO, Celeste; MORAIS, Adail; COMPAGNONI, Luiz1ª Edição. Porto Alegre, RS : Revista do Globo S.A. 1950.