Família Curra

Área de identificação

Tipo de entidade

Família

Forma autorizada do nome

Família Curra

Forma(s) paralela(s) de nome

    Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

      Outra(s) forma(s) de nome

        identificadores para entidades coletivas

        Área de descrição

        Datas de existência

        [Entre 1869 e 1870] a 2020

        Histórico

        Pietro Curra (22/11/1853 a 10/12/1919), seguindo o exemplo de muitos imigrantes italianos, chegou ao Brasil em 1877 e radicou-se em Nova Trento – RS, onde casou-se com Catharina Fiorese (28/09/1861 a 25/11/1938), também imigrante italiana, a 27/12/1881. Eles tiveram nove filhos: Giuseppe (15/11/1881 a 16/03/1951), Serafina (13/05/1883 a 22/04/1953), João (25/08/1888 a 20/03/1959), Thereza Joana (10/11/1890 a [indeterminado]), Rosa (21/04/1895 a 20/10/1951), Amália Virgínia (14/10/1897 a 14/12/1918), Maria, Ettore (10/07/1899 a 15/04/1973) e Luiza (21/12/1901 a 08/12/1971).

        Giuseppe Curra, filho dos imigrantes Pietro Curra (procedente de Piemonte – Itália) e Catharina Fiorese (procedente de Vicenza – Itália), nasceu em 15/11/1881, na 11a. Légua do Travessão Garibaldi, da então implantada Colônia Caxias, mais precisamente na área dos primitivos povoados de São Pedro e de São José, que reunidos por volta de 1885 formariam a vila de Nova Trento. Casou-se com Zaida Marchioro (25/03/1882 a 17/05/1962) em 02/06/1901, com quem teve quatorze filhos: sete destes faleceram ainda bebês; os demais eram Ignez, Anúncio, Zaida, Pedro, José Olinto, Luiza e Nelli. José, como ficou conhecido posteriormente, sempre trabalhou e morou em sua terra natal: tinha uma fábrica de cerveja e indústria de refrigerantes, implantada no início do século e que funcionou até a década de 1930. Como bancário, exerceu a função de correspondente da primeira agência bancária do Banco do Estado do Rio Grande do Sul na localidade. Sempre foi atuante na política, atuando pela emancipação de Nova Trento, junto ao Intendente Joaquim Mascarello e vários outros líderes políticos. Fez parte do primeiro Conselho Municipal, exercendo o mandato de 1924 a 1928.

        Serafina Curra, filha dos imigrantes Pietro Curra (procedente de Piemonte – Itália) e Catharina Fiorese (procedente de Vicenza – Itália), nasceu em 13/05/1883, na 11a. Légua do Travessão Garibaldi, da então implantada Colônia Caxias, mais precisamente na área dos primitivos povoados de São Pedro e de São José, que reunidos por volta de 1885 formariam a vila de Nova Trento. Em Garibaldi – RS, ingressou no Postulado da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry, a 15/10/1907, passando ao Noviciado em 09/01/1908. Fez os Votos Temporários em 01/01/1910 e os Perpétuos em 13/01/1915. Exerceu sua vocação entre 1910 e 1921, como professora, nas escolas São José de Garibaldi, Montenegro – RS e Caxias – RS e na Escola Rainha da Paz, de Lagoa Vermelha – RS. Acumulou os cargos de professora e Madre Superiora entre os anos de 1922 e 1926, atuando na Escola Rainha da Paz e e na Escola Regina Coeli, de Veranópolis – RS. Exclusivamente como Madre Superiora, atuou entre os anos de 1927 e 1953, nas cidades de Vacaria – RS (Escola São José), Rio Grande – RS (Escola Joana D’Arc e Hospital Beneficência Portuguesa ), Porto Alegre – RS (Hospital São Pedro), Caxias do Sul – RS (Hospital Nossa Senhora de Pompéia), Antônio Prado (Hospital São José), Veranópolis – RS (Hospital Nossa Senhora de Lourdes) e Lagoa Vermelha (Hospital São Paulo). Faleceu em Garibaldi, a 22/05/1953.

        João Curra, filho dos imigrantes Pietro Curra (procedente de Piemonte – Itália) e Catharina Fiorese (procedente de Vicenza – Itália), nasceu em 25/01/1988, na 11a. Légua do Travessão Garibaldi, da então implantada Colônia Caxias, mais precisamente na área dos primitivos povoados de São Pedro e de São José, que reunidos por volta de 1885 formariam a vila de Nova Trento. Era caixeiro viajante e em Esmeralda – RS conheceu sua então futura esposa, Maria Amélia Kuzer Cramer (06/05/1916 a 30/05/1960), com quem casou-se e teve nove filhos: Maria Catarina, Pedro Manoel, Laura, Odila, Paulo Heitor, Anoir José, Julieta Albertina, Ignês e Iray. Fixou residência em Sananduva – RS, dedicando-se ao transporte de cargas. Com o intuito de salvar a vida de sua esposa enferma, viajou a cavalo para São Paulo – SP para compra de medicamento, período em que manteve seu sustento através da profissão de fotógrafo. Ao regressar da capital paulista, montou um curtume. Para possibilitar a continuidade dos estudos de seus filhos, João e a família mudaram-se para Caxias – RS, onde estabeleceram-se com comércio de secos e molhados. Faleceu em Caxias do Sul, em 20/03/1959.

        Heitor Curra nasceu em 10/07/1899, em Nova Trento, Segundo Distrito de Caxias – RS. Foi batizado como “Ettore Antonio”, mas quando adulto, ao necessitar de uma nova cópia da certidão de nascimento, foi-lhe fornecido um novo documento com o nome “Heitor”. Vale lembrar que neste novo documento consta como data de nascimento outra data: 11/07/1899. Realizou seus estudos iniciais na Escola Particular São José, na localidade onde nasceu; já em 1913, foi matriculado no extinto Seminário Imaculada Conceição, em São Leopoldo – RS, onde realizara estudos que correspondem, atualmente, aos ensinos Fundamental e Médio. Na grade curricular do Seminário, estavam previstas as matérias de Religião, Português, Latim, Italiano, Aritmética, Geografia, Caligrafia, Canto, Desenho, Francês e História Universal. Em seu primeiro ano, seu aproveitamento não era satisfatório mas, à medida que os anos avançaram, o desempenho e aplicação melhoraram consideravelmente, permanecendo na instituição até 1917.

        Em 1919, Curra foi a São Paulo – SP, onde prestou Serviço Militar; foi aprovado como Reservista do Tiro de Guerra no. 35 da capital paulista em Agosto de 1920. Empregou-se na Sociedade Territorial Sul-Brasileira H. Hacker e Cia., onde exerceu atividades contábeis, além de auxiliar no expediente, até 1922. De volta ao distrito de Nova Trento, conseguiu emprego no Banco Francês e Italiano de Caxias – RS, permanecendo ali até Julho de 1923, quando surge a possibilidade de trabalhar em Nova Vicenza, atual cidade de Farroupilha – RS, como guarda-livros do Depósito de Secos e Molhados por Atacado de Angelo Antonello, onde permaneceu até 1924. sua estada em Nova Vicenza foi curta mas suficiente para conhecer Ignez Clementina Jaconi, filha de Umberto Jaconi e Lucina Fin, sua então futura esposa. A decisão de unirem-se em matrimônio foi concretizada em 18/10/1926, em cerimônia civil na casa dos pais de Ignês, situada à rua Júlio de Castilhos, em Caxias. Faustino Gomes, primeiro suplente do Juiz distrital em exercício, Hugo Argenta e José Eberle foram testemunhos. No dia 20, casaram-se no religioso, em Nova Vicenza. O casal teve quatro filhos: Nestor, Humberto Pedro, Lourdes e Heitor Filho.

        Em 18/03/1925, Curra desempenha sua primeira função pública e é nomeado Tesoureiro Municipal da Vila de Nova Trento – RS. Solicitou sua exoneração em 30/04/1927, para concorrer ao cargo de Conselheiro Municipal, do qual tomou posse em 20/09/1928 e atuou até 24/12/1930. Foi nomeado para Primeiro Suplente do Juiz Distrital em 20/06/1929 e permaneceu nessa função por quatro anos.
        Atuou ativamente pelas cooperativas agrícolas de Nova Trento, como guarda-livros, fundador e organizador:
        – de 1930 a 1932, na Sociedade Cooperativa Vitivinícola 3 de Outubro Ltda. e na Cooperativa Agrícola São Pedro Ltda.;
        – de 1931 a 1932, na Sociedade Cooperativa Vitivinícola Santo Antônio Ltda.;
        – de 1932 a 1934, na Sociedade Cooperativa Vitivinícola Trentina Ltda.

        Posteriormente, realizou especializações na área de Contabilidade e Advocacia, sendo identificado como “Contador Provisionado”, com base no artigo 3 do Decreto 21.033, de 08 de fevereiro de 1932, e “Advogado não Diplomado”, pertencente à OAB – Ordem dos Advogados do Brasil desde 12/10/1932. Ascendia profissional e politicamente, através de várias nomeações concedidas. Era partidário do PRL – Partido Republicano Liberal, fundado em 1932 pelo então General Flores da Cunha, que contava com uma Comissão Diretora Municipal do partido na Vila de Nova Trento, onde possuía alta representatividade e era presidida por Curra. Em função disso e de sua forte atuação na sociedade, ele é nomeado Prefeito da localidade, em ato assinado pelo então Interventor General Flores da Cunha, em 02/03/1933. No pleito seguinte, realizado em 1935, Curra é eleito por voto popular, permanecendo no cargo até 1941. Paralelo ao cargo de Prefeito, foi nomeado para os cargos de Presidente de Junta de Alistamento Militar e Presidente da Comissão Central de Recenseamento (de 1933 a 1941) e, de forma interina, para desempenhar a função de Delegado de Polícia (de 22/05/1934 até 07/02/1936). Curra e seu cunhado, Alexandre Valsechi, possuíram uma fábrica de armas de caça, localizada em Flores da Cunha – RS e denominada “Valsechi, Curra & Cia”. A empresa teve licença para atuar na confecção de armamento concedida pelo Ministro de Estado dos Negócios da Guerra a 12/08/1937.

        Após a morte de sua mãe, a casa dos Curra passou a ser utilizada por Heitor e sua família; em 1941, a família fixou residência em Caxias – RS. Ele se desvincula da vida política e passa a exercer a atividade de Escrivão do Civil e Crime, Júri e Execuções Criminais e é nomeado para as funções de Secretário da Junta de Alistamento Militar, até 1960, ano em que solicita sua aposentadoria. Em sua vida privada, é sabido que Curra falava italiano gramatical e francês, além de possuir o hábito da leitura: em sua biblioteca, guardava livros das mais variadas áreas – política, romances, história, religião, enciclopédias, dicionários – e um vasto acervo na área jurídica. Era assinante das revistas e jornais da época. Participava de eventos culturais que ocorriam em Nova Trento, como teatro ou cinema, pois gostava muito. A música fazia parte de sua vida e praticou canto quando esteve matriculado em São Leopoldo – RS. Admirava melodias de sopro, principalmente por flauta, instrumento que aprendera a tocar com muito estudo e empenho. Quando jovem, era fascinado por futebol, paixão que herdou do pai que, além de atuar como jogador, muito contribuiu para a formação de alguns clubes esportista de Nova Trento, atual Flores da Cunha – RS. Heitor Curra faleceu em 15/04/1973, em virtude de um enfarte do miocárdio. Como homenagens póstumas, recebeu a denominação do “Campeonato Municipal do Interior Heitor Curra”, realizado em Flores da Cunha no ano de 1980, e a denominação de ruas em sua cidade natal e no bairro Madureira, em Caxias do Sul – RS.

        Lourdes Curra, filha de Heitor Curra e de Ignez Clementina Jaconi Curra, nasceu em Flores da Cunha – RS, a 17/03/1933, onde viveu até seus oito anos de idade, mudando-se com a família para Caxias – RS em 1941. Estudou parte do ensino fundamental na Escola São José de sua cidade natal e cursou Magistério na Escola Duque de Caxias, já em Caxias do Sul – RS. No Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre – RS, ela formou-se Técnica em Supervisão Escolar. Na Universidade de Caxias do Sul, graduou-se em Pedagogia. Aos 17 anos, quando aluna de Magistério, escreveu seu primeiro livro, o manuscrito “A Princesinha Marta”, originado de um pedido que sua professora de Português, Marianinha de Queiroz, fez à turma de alunas durante a aula e que fora publicado em 2007 – um dos seus títulos de referência.

        Profissionalmente, exerceu as funções de professora primária e do ensino médio, fiscal de ensino e trabalhou na então 4ª Delegacia de Ensino, como supervisora e fiscal de ensino. Em 2003, Lourdes começou a publicar suas obras literárias, voltadas principalmente para o público infanto juvenil, público que demonstra amor especial, e adulto, sendo quatro destes em braile: “O coração vê além do horizonte”, “Saga do caminhante do céu”, “A luz dos anjos”, “Primavera do coração”, “Esperança”, “Um Sonho de Esperança”, “Rapa Nui, o umbigo do mundo”, “Autobiografia de Titi: o pássaro cantador”, “Uma história de amor”, “A Princesinha Marta e um sonho de criança”, “Sapolândia” e “Eureca!!!”. Possui também livros que fazem uma reflexão sobre maneiras de bem viver, como “O jogo da vida: aprendendo a jogar”, e biográficos: um, em parceria com Evandro Luiz de Oliveira, sobre seu pai, intitulada “Heitor Curra – um Cidadão Florense Vida e Obra”, lançada em 2006, e “A Saga do Guerreiro Xavante Orestes Serinhonsa Aedzane”, lançado em 2018.

        Foi uma das fundadoras do Clube de Mães “Santa Mãe de Deus” do bairro Pôr do Sol, de Caxias do Sul – RS, no qual trabalhou de 1984 a 2014. Desde 2007, Lourdes ocupa a cadeira número 26 da Academia Caxiense de Letras e participa de Feiras do Livro em todo o Estado do Rio Grande do Sul; foi “Escritora Homenageada” na 30ª Feira do Livro de Caxias do Sul e “Patrona” da 37ª edição da Feira do Livro de Flores da Cunha, ambas em 2014.

        Lourdes faleceu em 25/09/2021.

        Locais

        Estado Legal

        Funções, ocupações e atividades

        Mandatos/fontes de autoridade

        Estruturas internas/genealogia

        Contexto geral

        Área de relacionamentos

        Área de pontos de acesso

        Pontos de acesso de assunto

        Pontos de acesso local

        Ocupações

        Área de controle

        Identificador de autoridade arquivística de documentos

        BR RS AHMJSA AP-CUR

        Identificador da entidade custodiadora

        BR RS AHMJSA

        Regras ou convenções utilizadas

        Estado atual

        Revisado

        Nível de detalhamento

        Parcial

        Datas de criação, revisão e eliminação

        Idioma(s)

          Sistema(s) de escrita(s)

            Fontes

            Oliveira, Evandro Luiz de; Curra, Lourdes. Heitor Curra: um cidadão florense, vida e obra. Caxias do Sul, RS: Editora do Maneco, 2006.
            Documentos integrantes do fundo documental BR.RS.AHMJSA.AP.CUR .
            Curra, Idalina Gerosolima. Família Curra: 127 anos no Brasil. 1877-2004. Caxias do Sul, RS: Lorigraf – Gráfica e Editora, 2004. http://http://www.floresdacunha.rs.gov.br/ http://http://jornaloflorense.com.br/noticia/caderno-de-sabado/8/lourdes-curra-e-a-madrinha-das-letras/4430 https://leouve.com.br/lourdes-curra-e-a-patrona-da-37a-feira-do-livro-de-flores-da-cunha/ https://caxias.rs.gov.br/

            Notas de manutenção