Dossiê 010 - Entrevista com Clari Izabel Dedavid Fávero

Área de identificação

Código de referência

BR RS AHMJSA BMO-01-01-010

Título

Entrevista com Clari Izabel Dedavid Fávero

Data(s)

  • 26 e 27/09/2013 (Produção)

Nível de descrição

Dossiê

Dimensão e suporte

04 (quatro) CDs, 06 (seis) documentos eletrônicos de áudio, 02 (dois) documentos eletrônicos de texto

Área de contextualização

Nome do produtor

(n. 27/11/1949)

Biografia

Nasceu em 27 de novembro de 1949, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). Filha de Antônio Dedavid e de Catarina Tonietto Dedavid. Cursou o ginásio no Colégio Estadual Cristóvão de Mendoza e, posteriormente, ingressou na Escola Normal Duque de Caxias (atual Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza), onde começou a militar no movimento estudantil, com atuação no grêmio escolar. Nesse período, conheceu o marido Luiz Andrea Fávero, então presidente da União Caxiense de Estudantes (UCES). Na cidade, colaborou na construção da Vanguarda Revolucionária Palmares (VAR Palmares), juntamente com outros companheiros. Em junho de 1969, com o recrudescimento do Regime Civil Militar, a direção regional da VAR Palmares orientou a mudança do casal para Nova Aurora, no oeste do Paraná, onde moravam os pais de Luiz Andrea. Durante o período de permanência naquela região, Clari e Luiz Andrea colocaram em funcionamento uma escola, com autorização da Secretaria Municipal de Educação e o apoio da comunidade local. Lá atuaram na educação de crianças e, com base na metodologia de Paulo Freire, de adultos agricultores. Em Nova Aurora, contaram com o apoio de oito militantes da VAR Palmares e de simpatizantes nas atividades de conscientização política. Na madrugada do dia cinco maio de 1970, uma grande operação do exército, com setecentos homens, comandada pelo Batalhão da Polícia Militar de Curitiba com o Batalhão de Fronteiras de Foz do Iguaçu, prendeu e torturou o casal no sítio onde viviam. Após algumas horas, eles foram levados ao Batalhão de Fronteira de Foz, onde intensificaram as torturas com a chegada de agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Rio de Janeiro, o Esquadrão da Morte. No dia dezoito de setembro, Clari e Luiz Andrea foram transferidos ao DOPS de Porto Alegre (RS) e submetidos a novas torturas e inquéritos. O casal voltou ao Paraná após o julgamento e a absolvição de Luiz Andrea por participação em passeatas no ano de 1968. Naquele estado, Clari foi enviada à prisão de Piraquara, de onde saiu com auxílio das Irmãs Vicentinas. Foi julgada e condenada no dia treze de julho de 1971 a dois anos de prisão por ações subversivas, entre outras alegações. No retorno a Caxias do Sul, com o apoio de militantes da VAR Palmares, o casal conseguiu fugir para o exílio no Chile, de janeiro de 1972 a dezembro de 1973, e lá militou na Unidade Popular (UP), do governo de Salvador Allende. No entanto, devido ao golpe que derrubou Allende, partiram para o exílio na França, com o amparo das Nações Unidas, onde permaneceram por treze anos e tiveram dois filhos. Em Paris, participaram da fundação do Comitê Brasil Pela Anistia. Ao retornar ao Brasil, na década de 1980, Clari e Luiz Andrea se estabeleceram no Recife (PE) a convite do então Governador Miguel Arraes.
Dados extraídos da entrevista.

Nome do produtor

(1980)

História administrativa

A Unidade Banco de Memória Oral iniciou suas atividade em 1980 e está em constante ampliação de seu corpus documental com o registro da memória de diferentes sujeitos e comunidades por meio de entrevistas semidirigidas.

A História Oral é a metodologia de pesquisa e registro de fontes voltadas ao estudo da História, da Antropologia e das Ciências Sociais. Consiste na realização e transcrição de entrevistas com pessoas que testemunharam os acontecimentos de seu tempo ou guardam na memória narrativas herdadas de outras gerações: pais, avós ou pessoas mais velhas.
O Banco de Memória do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami tem como primeira entrevista a história de vida da senhora Aurora Pezzi Ungaretti (1893-1997), em que as lembranças se entrelaçam à história dos primeiros imigrantes italianos e à formação da fisionomia urbana de Caxias do Sul. Mantendo a continuidade do trabalho, o setor conta com mais de mil entrevistas realizadas.

As entrevistas versam sobre diferentes temas: histórias de vida, política, educação, cultura, arte, associativismo, industrialização, sindicalismo, religião, esporte, entre outros. Os relatos também retratam a vida cotidiana, revelando valores, costumes, hábitos e a trama das relações sociais e familiares. A faixa etária dos entrevistados, oriundos de diversos segmentos sociais, se estende dos 20 aos l06 anos, o que é representativo para uma cidade que recebeu seus primeiros colonizadores em 1875. A lembrança de um passado tão recente permite a recomposição do cotidiano rural e urbano de nossa cidade.

Por trabalhar com “arquivos vivos”, o Banco de Memória oportuniza fontes históricas que, no seu conjunto, transcendem a memória individual integrando-se à memória coletiva. As narrativas complementam-se mutuamente, contribuindo para a construção de uma História Pública. Nesse sentido, a História Oral tem a sensibilidade de ouvir e reconhecer a riqueza do testemunho e, assim, pode dialogar com a historiografia oficial, com os documentos escritos; escutar a voz de diferentes sujeitos históricos para fazer a história de todos.

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

O dossiê refere-se à entrevista de Clari Izabel Dedavid Fávero sobre sua formação política e a luta contra a ditadura civil militar no Brasil (1964-1985). Aborda questões relativas à militância estudantil e à atuação na Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares), além da perseguição política, das prisões e da tortura promovida pelos órgãos de repressão do Estado. Em seu relato, a entrevistada versa sobre: o trabalho de conscientização de agricultores, em Nova Aurora (PR), por meio da educação de base e do método Paulo Freire; tortura; a atuação da Unidade Popular (UP) no Chile e o golpe que derrubou Salvador Allende (1973) e a vivência no campo de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU); a vida de exilada no Chile e na França; o retorno ao Brasil e a vida no estado de Pernambuco, entre outros temas.

Constituem esse dossiê os itens:

BMO.01.01.010.001.SIN
BMO.01.01.010.002.TRA
Síntese e transcrição da entrevista com Clari Izabel Dedavid Fávero;

BMO.01.01.010.003.AUD-1
BMO.01.01.010.003.AUD-2
BMO.01.01.010.003.AUD-3
BMO.01.01.010.003.AUD-4
BMO.01.01.010.003.AUD-5
BMO.01.01.010.003.AUD-6
Áudios da entrevista com Clari Izabel Dedavid Fávero;

BMO.01.01.010.004.DM-1
BMO.01.01.010.004.DM-2
BMO.01.01.010.004.DM-3
BMO.01.01.010.004.DM-4
Discos de mídia da entrevista com Clari Izabel Dedavid Fávero.

Avaliação, seleção e eliminação

Incorporações

Sistema de arranjo

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Uso controlado.

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

    Sistema de escrita do material

      Notas ao idioma e script

      Características físicas e requisitos técnicos

      Instrumentos de descrição

      Área de materiais associados

      Existência e localização de originais

      Existência e localização de cópias

      Unidades de descrição relacionadas

      Descrições relacionadas

      Área de notas

      Nota

      Tempo de duração da entrevista: 229 minutos

      Nota

      Pesquisa, roteiro e entrevista: Sônia Storchi Fries; Transcrição: Sônia Storchi Fries, 21, 22, 23, 24, 25 de outubro de 2013; Revisão: Sônia Storchi Fries, 28 de outubro de 2013

      Nota

      Código da entrevista na base ABCD: CD 234, 235, 236, 237

      Identificador(es) alternativos

      Pontos de acesso

      Pontos de acesso local

      Ponto de acesso nome

      Pontos de acesso de gênero

      Área de controle da descrição

      Identificador da descrição

      Identificador da entidade custodiadora

      Regras ou convenções utilizadas

      Estado atual

      Nível de detalhamento

      Datas de criação, revisão, eliminação

      Idioma(s)

        Sistema(s) de escrita(s)

          Fontes

          Área de ingresso