Enio Luiz Arioli, nasceu em 10/11/1928, filho de José Arioli (18/12/1884 - 02/08/1966) e de Edithe [Edith, Felice, Fenice] Pezzi Arioli (24/05/1888 – 09/05/1950). Era o caçula de 9 irmãos: Tereza Joana Arioli “Terezinha” (1910- indeterminado); Joana Arioli “Joaninha” (1912-1979); Carlito Arioli (1913 - 1994); Adelina Arioli (1917-1981); Gema Arioli (1919-1921); Maria Arioli (1921-1921); Mansueto Arioli (1922- indeterminado); Alberto Arioli (1925- 2021).
Iniciou sua vida profissional na Metalúrgica Abramo Eberle no cargo de aprendiz, no setor de Depósito e Expedição e durante 46 anos (13/04/1943 a 29/01/1988) exerceu diversas funções dentro da empresa, sendo gerente do Varejo de Caxias do Sul, no período de 1952 a 1974. Sendo homenageado com o Jubileu de Prata em 1968. Após, de 1974 a 1988, gerenciou a filial da empresa em Porto Alegre-RS. Neste período, entre 1981 e 1982, Enio foi transferido para a fábrica matriz de Caxias do Sul, assumindo a Gerência Nacional de Vendas das fábricas nº 2 e 8. Em 1982 foi novamente transferido como Gerente de Vendas da Regional de Porto Alegre, fábricas nº 2 e 8.
Casou-se com Ada Therezinha Chiaradia em 09/02/1952, e com ela teve 3 filhos: Alexandre Luiz (14/11/1952), Adriana Maria (30/09/1959) e Vicente José (12/11/65).
Recebeu muitos prêmios e homenagens pela sua atuação na área de vendas. Ajudou a fundar o Rotary Clube Imigrante, onde foi eleito o 1º Presidente durante o mandato 1969-1970; Participou de curso na Escola Superior de Guerra (ADESG) em 1966; Integrou desde a fundação o Clube dos Diretores Lojistas de Caxias do Sul (CDL), sendo Presidente nos anos de 1966-1967; Integrou a Ordem Maçônica na Loja Duque de Caxias – 3º Milênio, Caxias do Sul, sendo iniciado em 02/02/1973.
Por meio do Processo legislativo nº XXV/99 de autoria do vereador Francisco Assis Spiandorello foi aprovada a Lei nº 5.115 de 12 de maio de 1999, que denomina a rua Enio Luiz Arioli, no Bairro Esplanada, loteamento Residencial Madre Xavier.
Faleceu em 01/11/1992, aos 63 anos, em Caxias do Sul- RS.
Ermelinda Cavinatto (f. 1996) nasceu dia dezesseis de setembro de 1905 e Vanda Cavinatto Spiegeorin em trinta de julho de 1916, filhas do imigrante italiano Ludovico Cavinatto e de Getúlia Cavinatto Bernardi, ele oriundo de Padova [Italia]. A família de Cavinatto imigrou ao Brasil em 1891, estabelecendo-se inicialmente em São Paulo, onde trabalhou na produção cafeeira. Em 1918, a família transferiu-se para Caxias. O pai, Ludovico Cavinatto (1877-1948), era serralheiro e produtor vitivinícola, responsável por trazer à cidade diferentes qualidades de uva, provenientes de São Paulo e da Itália. Com essas variedades, produzia enxertos para a produção de uvas finas na Estação Experimental de Viticultura e Enologia. Sua propriedade, no Travessão Thompson Flores, transformou-se em “Granja Modelo”. Foi presidente do Instituto do Vinho, responsável pelo controle do preço, qualidade e venda do produto. Pela qualidade do seu trabalho recebeu diversos prêmios e menções honrosas. As filhas trabalharam com o pai auxiliando no processo de produção caracterizado pela agricultura familiar típica da Região Colonial Italiana.
Fonte: informações obtidas na entrevista e na pesquisa em periódicos da cidade.
Ernesto Augusto Bernardi, filho de Ernesto Bernardi, nasceu em 16 de abril de 1952, em Caxias do Sul (RS). Estudou no Instituto de Educação Estadual Cristóvão de Mendoza. Em 1972, iniciou o curso de Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No mesmo ano partiu para Rússia, - à época União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) -, onde terminou a formação na Universidade Amizade dos Povos de Patrice Lumumba. Retornou ao Brasil em 1979. Atuou no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Dados extraídos da entrevista com Ernesto Augusto Bernardi.
Ernesto Bernardi nasceu dia 21 de setembro de 1904, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul (Brasil), filho de Ercília Bernardi e de Augusto Daré. Formou-se capataz rural na Escola Técnica de Agricultura, em Viamão (RS). Casou-se com Alice Telles Bossle, com quem teve os filhos Ernesto Augusto e Rosane. Trabalhou na Granja Coral em Porto Alegre (RS), na Estação Zootécnica da Escola de Engenharia de Alegrete (RS) e na Escola Industrial e Elementar de Rio Grande (RS). Foi enólogo por quarenta e seis anos na Scalzilli & Cia, posterior Companhia Brasileira de Vinhos S/A, atuando pela empresa em Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Na década de 1920, aproximou-se do Partido Libertador (PL) e teve uma pequena participação na Revolução Federalista de 1923. A partir da década seguinte, passou a militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB), devido à aproximação com o ideário socialista. Foi um dos fundadores da Associação dos Camponeses sem Terra em Caxias do Sul. Foi diretor e editor do jornal “Voz do Povo”, fundado em 1945. Atuou no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vinho, Cervejas e bebidas em Geral, na década de 1940, chegando a ocupar o cargo de presidente por breve período em 1952. Trabalhou na organização das associações de bairro em Caxias do Sul. Na década de sessenta, quatro dias após o Golpe Civil Militar (1964), foi preso em casa e enviado a Porto Alegre (RS), onde ficou detido por cinquenta e oito dias junto a outros comunistas históricos da cidade. Foi vereador suplente de Percy Vargas de Abreu e Lima, pela Aliança Republicana Socialista (ARS), cassado em abril de 1964. Quando o mandato foi recuperado pela ARS, Bernardi assumiu como terceiro suplente até 1967, devido à doença do vereador titular. Durante o período ditatorial, atuou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), nas associações de bairros e dos aposentados e pensionistas. Faleceu em 20 de agosto de 1987.
Dados extraídos das entrevistas e do livro “A história de um comunista”, de Édio Elói Frizzo.
Esther Troian Benvenutti nasceu em dezesseis de maio de 1916, em Ana Rech, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). Filha de Francisco Troian e de Angelina Corso Troian, descendentes de imigrantes italianos. Foi aluna da professora Ercília Petry, imigrante italiana oriunda de Milão e primeira educadora da localidade de Ana Rech. A entrevistada foi professora e começou a lecionar com apenas treze anos devido à escassez de profissionais na região. Em 1943 atuou como a primeira orientadora de ensino do Estado do Rio Grande do Sul em Caxias do Sul. Já de 1947 a 1960 foi diretora da Instrução Pública Municipal. Eleita pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com 1068 votos, atuou no Legislativo entre 1960 e 1962, onde exerceu as funções de secretária e vice-presidente da casa. Foi diretora da Escola Normal Duque de Caxias (atual Instituto de Educação Cristovão de Mendoza) de 1961 a 1963 e coordenadora do Serviço de Descentralização do Ensino Primário durante o governo de Leonel de Moura Brizola (1959-1963). Em dezenove de março de 1963 passou a exercer a função de Diretora Executiva da Comissão Municipal de Amparo à Infância (COMAI) até 1967, ano em que se aposentou. Faleceu em dezessete de outubro de 1983.
Euclides Triches nasceu em Caxias do Sul – RS, mais precisamente na região da 9ª Légua (bairro Santa Catarina), no dia 23/04/1919, e era filho de João Triches, oriundo de Santa Giustina, província de Belluno – Itália, e de Adélia Bracaggioli Triches. João e Adélia tiveram cinco filhos: Gino, Euclides, Clélia, Olga e Hilda. Cursou o primário no Colégio Nossa Senhora do Carmo, de sua cidade natal, e no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Bom Princípio, localidade que na época pertencia ao município de São Sebastião do Caí – RS. Após concluir o ginásio no Colégio Nossa Senhora do Carmo, em 1936, transferiu-se para o Rio de Janeiro – RJ, então Distrito Federal, onde frequentou o “Curso Freycinet”, onde formou-se em Matemática Superior, e o curso preparatório para a carreira militar no ano seguinte.
Sentou praça em abril de 1938 ao ingressar na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, sendo declarado aspirante-a-oficial da arma de Engenharia em dezembro de 1940. Promovido a segundo-tenente em agosto de 1941, foi transferido ainda nesse ano para o 3º Batalhão Rodoviário, sediado em Lagoa Vermelha – RS, onde participou da construção da rodovia Vacaria/Lagoa Vermelha/Passo Fundo até 1943. Nesse ínterim, foi promovido a primeiro-tenente em outubro de 1942. Em 1944, serviu no 1º Batalhão Ferroviário, com sede em Bento Gonçalves – RS, tendo participado das obras de construção da ferrovia ligando essa cidade a Rio Negro – PR. Nesse mesmo ano, foi lotado no Arsenal de Guerra General Câmara, no Rio Grande do Sul, alcançando o posto de capitão em maio de 1945. Diplomado em engenharia metalúrgica pela Escola Técnica do Exército em 1948, passou no ano seguinte a atuar no Departamento de Fundição de Metais da Fábrica de Juiz de Fora – MG.
Depois de se reformar como major em 1951, iniciou vida política ao se eleger prefeito de Caxias do Sul (31/12/1951 a 31/01/1954) na legenda da coligação formada pelos partidos: Partido Social Democrático (PSD), Partido Libertador (PL), União Democrática Nacional (UDN) e Partido de Representação Popular (PRP), com os slogans “Água para a cidade, estradas para a Colônia” e “Colônia rica, cidade milionária”. No ano seguinte, foi convidado pelo governador Ildo Meneghetti para ocupar a Secretaria de Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul, renunciando ao cargo de prefeito. Ainda em 1955, licenciado da Secretaria, concorreu à prefeitura de Porto Alegre na legenda da Frente Democrática, coligação que reunia a UDN e o PSD, representando o situacionismo estadual. Foi, contudo, derrotado por Leonel Brizola, candidato do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. Durante sua gestão como Secretário de Obras Públicas do RS, foi concluída a construção do sistema de pontes sobre o rio Guaíba.
Em 1959, depois de encerrado o governo Meneghetti, foi designado para integrar uma comissão técnica no EMFA – Estado-Maior das Forças Armadas, na qual permaneceu até o ano seguinte. Em 1961, foi indicado pelo CNPq – Conselho Nacional de Pesquisas para fazer um estágio de aperfeiçoamento em estabelecimentos industriais de vários países da Europa por um período de um ano. De volta ao país, elegeu-se como Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul no pleito de outubro de 1962, na legenda da Ação Democrática Popular, integrada pelo PL, o PRP, a UDN e o PDC – Partido Democrata Cristão; foi empossado em fevereiro de 1963 (02/02/1963 a 01/02/1971). Em abril do mesmo ano, tornou-se vice-líder do PDC, ocupando a partir de maio de 1964 (após o movimento político-militar de 31/06/1964, que derrubou o presidente João Goulart) a liderança de seu partido na Câmara dos Deputados.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, de 27/10/1965, e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se em dezembro de 1965 à ARENA – Aliança Renovadora Nacional, partido governista. Em maio do ano seguinte, tornou-se vice-líder da Arena na Câmara, reelegendo-se nessa legenda no pleito de novembro de 1966. Durante seus mandatos, Triches integrou as comissões de Orçamento, de Segurança Nacional e de Minas e Energia da Câmara, tendo sido, no segundo, vice-líder da Arena e do governo. Membro do PSD, fez parte do movimento de partidos de direita (junto com a UDN e o Partido Libertador) para a formação da conservadora ARENA, sustentação civil do regime militar iniciado com em 1º de abril de 1964.
Indicado por Brasília, foi eleito governador do Rio Grande do Sul com respaldo parcial da Assembleia Legislativa Estadual em novembro de 1970, já no governo do General Emílio Garrastazu Médici. Assumiu o cargo em março do ano seguinte, dois meses depois de encerrar seu mandato na Câmara, em substituição a Valter Peracchi Barcelos (15/03/1971 a 14/03/1975). Em sua administração, tomou iniciativas nos setores da educação – cedeu parte da área da Estação Experimental de Viticultura e Enologia da Caxias do Sul para a construção da Universidade de Caxias do Sul –, pecuária, agricultura, indústria, transportes – foi dele a proposição da construção da Rota do Sol –, comunicações e energia. Quando deixou o governo gaúcho, foi substituído por Sinval Guazelli, também arenista e igualmente eleito pela Assembleia Legislativa Estadual. Após seu mandato como governador, seria indicado para a presidência da Amazônia Mineração S/A.
Em 1951, foi eleito Presidente Honorário do Aeroclube de Caxias do Sul. Em 18/10/1974, lhe foi concedido o título de “Cidadão Sul-Lourenciano” pela Câmara Municipal de São Lourenço do Sul – RS.
Durante a inauguração da nova sede da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, em 22/011/1996, o largo que faz a integração entre o Centro Administrativo Municipal e a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul foi oficialmente denomidado “Centro Cívico Euclides Triches”. No local, foi instalada uma herma com a imagem de Triches, de autoria do escultor caxiense Bruno Segalla.
Era casado com Neda Mary Eulália Ungaretti Triches, com quem teve um filho, André Ungaretti Triches [1962]. Faleceu no dia 11/02/1994, aos 74 anos, vítima de problemas cardiovasculares, no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre. Foi velado no Palácio Piratini e sepultado no Cemitério Público Municipal de sua cidade natal.
Fabíola Erhart nasceu no dia doze de setembro de 1972, em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul (Brasil), filha de Flávio Felisberto Erhart e Elen Erhart. Técnica em Enfermagem há mais de trinta anos, contraiu a covid 19 de forma grave, ficando hospitalizada por oitenta e sete dias no Hospital Municipal de Novo Hamburgo, quando trabalhava em um hospital em Estância velha. Atualmente leva uma vida praticamente normal e trabalha na Viva Emergências Médicas, no setor da farmácia. Fonte: informações obtidas na entrevista e em pesquisa realizada pela Unidade.
Vicente Argenta, filho de Giácomo Argenta e Domenica Rento, migrou para o Brasil e desembarcou em Porto Alegre em 1880, sendo o primeiro Argenta a vir da Itália, de uma família de 21 irmãos. Logo que chegou ao Brasil conseguiu emprego em uma fábrica de carroceiras [carros] de Luiz Rothfuchs, em Porto Alegre, onde trabalhou por vários anos. Após juntar algum dinheiro, Vicente mandou buscar a mãe e 3 irmãs (o pai já era falecido) e decidiu, então montar um pequeno hotel em São Sebastião do Caí.
Em 1889 chegou na Freguesia de Santa Teresa de Caxias, onde montou um café na Rua Julio de Castilhos em frente a Praça Dante Alighieri, mesmo ano em que conheceu e casou com Teresa [Theresa,Tereza ou Thereza] Bregatto (02/09/1865 a 30/06/1960), filha de Girolamo [Jerônymo ou Jerônimo] Bregatto (01/12/1830 a 04/04/1906) e Rosa Costa ([indeterminado] a [1872]). Com Teresa, Vicente teve 8 filhos: Ernesto (29/08/1890 a 24/09/1931), Eleonora (13/09/1892 a 16/07/1985), Maria (21/02/1895 a 26/05/1975), Giselda (09/05/1897 a 10/08/1996), Dosolina (16/05/1900 a 05/03/1944), Hugo (15/05/1902 a 20/04/1965), Ema Roza (1904 a 24/03/1905) e Henrique Dante (16/10/1905 a 22/11/1908).
A pedido de Teresa, que achava o ambiente ruidoso e agitado, Vicente fechou o café e abriu uma fábrica de gasosa [em 1891], conhecida como “La gasosa de Argenta”, na esquina das ruas Júlio de Castilhos e Guia Lopes (antiga rua Dr. Salgado), local que posteriormente se tornou a residência da Família Argenta. Como naquela época, havia muita dificuldade em transportar as gasosas pois as estradas eram precárias e o transporte feito por burros, Vicente resolveu vender a fábrica de gasosa para os Leonardelli. Vicente queria aproveitar a experiência adquirida na Rothfuchs e então decidiu abrir, no mesmo local, uma fábrica de carros e outros tipos de veículos denominada “Fábrica de Carros Vicente Argenta, que foi a primeira fábrica de implementos para transporte de Caxias. Trabalhou neste ramo de veículos até que seu problema nos olhos (glaucoma) permitiu.
Atuante na Sociedade Operária São José (Società Falegnami S. Giuseppe), foi eleito Presidente em 29/04/1917. Neste mesmo ano, a sociedade comemorou seu 14º aniversário com uma festividade que iniciou com um cortejo acompanhado da Banda [Santa Cecília] que saiu da sua residência, até a Igreja e após rumaram a casa do intendente Col. Penna de Moraes, para convidá-lo para um banquete que ocorreu no Hotel Pezzi. Faleceu em 20/04/1935, aos 80 anos, em Caxias do Sul, vítima de hemorragia cerebral.
NOTAS: Teresa Bregatto nasceu em Rovereto, Áustria em 02/09/1865, por parte de Girolamo [Jerônymo ou Jerônimo] e Rosa, Teresa tem um irmão chamado Giovanni [João] Battista (1867 a [indeterminado]). Seu pai Girolamo Bregatto ficou viúvo e casou-se novamente com Emilia Carotta (04/09/1839- [indeterminado]), filha de Luigi e Maria Raiserer. Com Emilia, Girolamo teve mais dois filhos, Maria [Marietta] (27/10/1873 - [indeterminado] e Giuseppe (30/09/1875 – [indeterminado]). Alguns documentos sobre a biografia de Vicente Argenta relatam a existência de 9 filhos com Teresa Argenta, informando ter havido uma filha de nome Clara, que faleceu com vinte dias. Porém neste fundo documental não existem documentos que certifiquem esta informação.
Ernesto Argenta primogênito de Vicente Argenta e Teresa Bregatto Argenta, nasceu na Vila de Santa Teresa de Caxias- RS em 29/08/1890. Solteiro e sem filhos, Ernesto estudou na Escola Rio- Grandense de Caxias entre os anos de 1902 e 1905. Em 1908 mudou-se para Porto Alegre, residindo na casa do Sr. [João] Morganti (imigrante que veio ao Brasil junto com Vicente Argenta) e estudando na Escola Rio- Grandense de Porto Alegre. Ainda em Porto Alegre, em 1909 é aprovado para aprendizagem no Instituto de Engenharia e Electro Technica e, em 1913, após três anos de curso preparatório inicia o 1º ano de Engenharia Civil. Formou-se em Engenharia Civil em Porto Alegre-RS, com o projeto de uma escola elementar mista, tornando-se o primeiro Caxiense formado em Engenharia Civil. Em 1917, desenvolveu vários projetos, entre eles: Anteprojeto do Edifício do Fórum e da Intendência de Caxias do Sul (não executados).
Em 1920, Ernesto arrematou, mediante concorrência pública, a construção de um reservatório de água potável destinado a alimentar chafarizes que ficariam instalados na praça Dante [Alighieri] e na Rua Borges de Medeiros, bem como a construção de tanques de captação em terras da Intendência e de Antonio Giuriolo. Neste mesmo ano, o Intendente de Caxias Sr. Coronel José Penna de Moraes viaja a Porto Alegre, com um projeto de Ernesto para a construção de um edifício para o Colégio Elementar [Escola Primária Elementar Mista]. No final do ano de 1921, Ernesto viaja para Aracaju, onde se torna Diretor da Escola de Aprendizes Artífices de Sergipe, permanecendo neste cargo até dezembro/1923.
Durante o período que esteve a frente da escola de Sergipe, recebeu convites para integrar Comissões como Membro Perito de Comissão de Avaliação de Danos Causados em Consequência da Revolta Militar e Membro de Comissão para Construção de uma Penitenciária Modelo em Sergipe. Pelo belo desempenho a frente da Escola de Sergipe, Ernesto é convidado, em 1926, a ser Diretor da Escola de Artífices do Ceará, ficando encarregado de remodelar o Ensino Profissional Técnico desta escola e ainda prestar consultoria para remodelar e reformar as Escolas do Maranhão, Recife e a de Sergipe.
[Em 1927] começou a trabalhar como Engenheiro da Secretaria de Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul, onde projetou alguns prédios como: Fórum de Bagé e o Quartel de Recrutas – Chácara das Bananeiras em Porto Alegre, [Diretoria de Obras Públicas do Estado] (DomO.P.E). Entre os anos de 1929 e 1930, Ernesto projetou a residência da Família Argenta, prédio em alvenaria com área edificada de 107 m² localizado na esquina das ruas Avenida Julio de Castilhos e Guia Lopes (antiga Dr. Salgado), em Caxias. A construção ficou a cargo de Luiz Bortola. No ano seguinte, em 1931, Ernesto é diagnosticado pelos Drs. Anne Dias e [Luiz] Faccioli com um caso grave de poliserosite tuberculose. Faleceu em 24/09/1931, aos 41 anos, em Porto Alegre, sendo nesta cidade enterrado. Anos mais tarde, em 1934, foi autorizado o translado de seus restos mortais para Caxias.
NOTAS: Por volta de 1910, Ernesto Argenta aproveitou o tempo livre das férias para confeccionar um porta-jóias para sua mãe, Teresa Argenta. O baú de madeira, por sua vez, se tornou um oratório, ostentando imagens de santos e um crucifixo sobre a cômoda de um quarto. E assim ficou por muito tempo, até que dona Teresa faleceu e o objeto foi herdado pela filha Giselda, que trocou as imagens de devoção por cartas e fotografias de família. Anos depois, foi a vez do neto Alexandre tomar posse do baú, ainda decorado por um tecido com flores nas cores vinho e branco, com fundo azulado. Foi então que as fotos deram lugar a imagens budistas. Pelo menos até 2008, quando a centenária caixa entalhada por Ernesto Argenta ganhou novo endereço: o setor de reserva técnica da Divisão de Museus de Caxias do Sul.
Hugo Torquato Argenta, sexto filho de Vicente Argenta e Teresa Bregatto Argenta, nasceu na Vila de Santa Teresa de Caxias – RS em 15/05/1902. Iniciou seus estudos preliminares no Colégio do Carmo em Caxias, posteriormente estudou no Instituto São José em Canoas, mas logo retornou à Caxias. Ao completar 18 anos, foi incluído como reservista na Sociedade de Tiro nº 248 de Caxias, sendo atirador de 2ª classe.
No início de sua vida profissional, trabalhou como bancário na filial caxiense do Banco Pelotense. Porém, logo em seguida foi convidado para trabalhar na Funilaria Eberle, sendo admitido em 1º de maio de 1923. Inicialmente passou a exercer a função de correspondente e auxiliar direto do Sr. Abramo Eberle que o chamava de “seu bom secretário”. Em 1943 tornou-se sócio, exercendo o cargo de Sub-Diretor Gerente, ano em que a empresa passou a denominar-se Metalúrgica Abramo Eberle Ltda. Mais tarde em 1947, quando a empresa constituiu-se em Metalúrgica Abramos Eberle S.A (Maesa), passou a ser Diretor Gerente. Finalmente em 1953, após o falecimento de José Abramo Venzon Eberle, assumiu o cargo de Diretor Vice-Presidente da Maesa. Quanto ao engajamento social e cultural, Hugo sempre demonstrou grande envolvimento e participação nas entidades da cidade, entre os cargos exercidos foi Diretor de Cultura do Grêmio Atlético Eberle, Presidente da Cooperativa dos Empregados da Metalúrgica Eberle, integrou por vários anos a Associação dos Comerciantes de Caxias e a Associação dos Empregados no Comércio, onde dividiu o cargo de vice- presidente com Angelo Costamilan e, por muitos anos esteve na Diretoria do Recreio da Juventude desde a sua associação, em 1918. Hugo também era acionista da empresa E. Mosele S.A Estabelecimentos Vinícolas, Indústrias e Comércio e membro do Conselho Fiscal.
Casou-se com Isaura Travi em 01/09/1938 tendo com ela uma filha de nome Vera Maria Argenta (11/08/1951 a indeterminado). Vera casou-se com Ricardo Dreher em 20/12/1967. Faleceu em 20/04/1965, aos 62 anos, em Caxias do Sul. A Lei nº 1970 de 25/10/1971, denominou logradouro da cidade com o nome de rua Hugo Torquato Argenta, localizada no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Caxias do Sul – RS.
NOTAS: Em 1945 intermediou como procurador no contrato de compra e venda do prédio conhecido, na época, como antigo Hospital Carbone, hoje sede do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami. O negócio de compra e venda do prédio se desenvolveu nas seguintes etapas: Em 14/03/1945, o proprietário Romulo Carbone e sua esposa, Luccia, assinaram uma promessa de compra e venda do prédio com Dino F. Cia. Em 20/07/1945 foi assinada a escritura de compra e venda do prédio e o adquirente Dino F. Cia fez uma cessão e transferência de direitos, fracionando o imóvel em três partes, ficando 1/3 em sua propriedade, 1/3 para Julio João Eberle e 1/3 para Oscar Martini. Em 12/08/1946, Dino F. Cia e sua esposa, Noemia Minghelli Cia, venderam a sua terça parte para os já sócios-proprietários, Júlio João Eberle e Oscar Martini. Em 21/06/1951, os partidos políticos com representação em Caxias realizaram uma reunião para discutir um possível acordo na escolha de candidato único à sucessão municipal de Luciano Corsetti. Num total de 19 nomes, apenas 3 foram para o exame final: Hugo Argenta, Armando Luiz Antunes e Hermes Webber. Entretanto, nesta reunião, o PTB não concordou com nenhum destes 3 nomes, ficando a decisão definitiva para uma nova reunião. Em 28/06/1951, uma nova reunião foi realizada e em pronunciamento o PTB, então presidido por Guerino Zugno, foi definitivamente contrário à candidatura única. O PTB indicou para prefeito João José Conte e para vice-prefeito Antônio Pinho e os demais partidos acabaram se coligando e indicando para prefeito Major Eng. Euclides Triches e para vice-prefeito Hermes J. Webber, que foram eleitos. Um ofício datado de 20/09/1970 e assinado pelo Sr. Presidente Julio Costamilan, oriundo do Vereador José Régis Prestes, solicitou ao Jornal Pioneiro a indicação de nomes de personalidades para a denominação de ruas de Caxias. Entre estas denominações estava: “Hugo Torquato Argenta, industrialista, alto dirigente industrial de Caxias do Sul.” O processo de indicação consta como inexistente na Câmara de Vereadores, supondo-se que tenha sido perdido no incêndio que ocorreu em 1992.