Euclides Triches

Área de identificação

Tipo de entidade

Pessoa

Forma autorizada do nome

Euclides Triches

Forma(s) paralela(s) de nome

  • Euclydes Triches

  • Triches

Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

    Outra(s) forma(s) de nome

      identificadores para entidades coletivas

      Área de descrição

      Datas de existência

      23/04/1919 a 11/02/1994

      Histórico

      Euclides Triches nasceu em Caxias do Sul – RS, mais precisamente na região da 9ª Légua (bairro Santa Catarina), no dia 23/04/1919, e era filho de João Triches, oriundo de Santa Giustina, província de Belluno – Itália, e de Adélia Bracaggioli Triches. João e Adélia tiveram cinco filhos: Gino, Euclides, Clélia, Olga e Hilda. Cursou o primário no Colégio Nossa Senhora do Carmo, de sua cidade natal, e no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Bom Princípio, localidade que na época pertencia ao município de São Sebastião do Caí – RS. Após concluir o ginásio no Colégio Nossa Senhora do Carmo, em 1936, transferiu-se para o Rio de Janeiro – RJ, então Distrito Federal, onde frequentou o “Curso Freycinet”, onde formou-se em Matemática Superior, e o curso preparatório para a carreira militar no ano seguinte.
      Sentou praça em abril de 1938 ao ingressar na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, sendo declarado aspirante-a-oficial da arma de Engenharia em dezembro de 1940. Promovido a segundo-tenente em agosto de 1941, foi transferido ainda nesse ano para o 3º Batalhão Rodoviário, sediado em Lagoa Vermelha – RS, onde participou da construção da rodovia Vacaria/Lagoa Vermelha/Passo Fundo até 1943. Nesse ínterim, foi promovido a primeiro-tenente em outubro de 1942. Em 1944, serviu no 1º Batalhão Ferroviário, com sede em Bento Gonçalves – RS, tendo participado das obras de construção da ferrovia ligando essa cidade a Rio Negro – PR. Nesse mesmo ano, foi lotado no Arsenal de Guerra General Câmara, no Rio Grande do Sul, alcançando o posto de capitão em maio de 1945. Diplomado em engenharia metalúrgica pela Escola Técnica do Exército em 1948, passou no ano seguinte a atuar no Departamento de Fundição de Metais da Fábrica de Juiz de Fora – MG.
      Depois de se reformar como major em 1951, iniciou vida política ao se eleger prefeito de Caxias do Sul (31/12/1951 a 31/01/1954) na legenda da coligação formada pelos partidos: Partido Social Democrático (PSD), Partido Libertador (PL), União Democrática Nacional (UDN) e Partido de Representação Popular (PRP), com os slogans “Água para a cidade, estradas para a Colônia” e “Colônia rica, cidade milionária”. No ano seguinte, foi convidado pelo governador Ildo Meneghetti para ocupar a Secretaria de Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul, renunciando ao cargo de prefeito. Ainda em 1955, licenciado da Secretaria, concorreu à prefeitura de Porto Alegre na legenda da Frente Democrática, coligação que reunia a UDN e o PSD, representando o situacionismo estadual. Foi, contudo, derrotado por Leonel Brizola, candidato do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro. Durante sua gestão como Secretário de Obras Públicas do RS, foi concluída a construção do sistema de pontes sobre o rio Guaíba.
      Em 1959, depois de encerrado o governo Meneghetti, foi designado para integrar uma comissão técnica no EMFA – Estado-Maior das Forças Armadas, na qual permaneceu até o ano seguinte. Em 1961, foi indicado pelo CNPq – Conselho Nacional de Pesquisas para fazer um estágio de aperfeiçoamento em estabelecimentos industriais de vários países da Europa por um período de um ano. De volta ao país, elegeu-se como Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul no pleito de outubro de 1962, na legenda da Ação Democrática Popular, integrada pelo PL, o PRP, a UDN e o PDC – Partido Democrata Cristão; foi empossado em fevereiro de 1963 (02/02/1963 a 01/02/1971). Em abril do mesmo ano, tornou-se vice-líder do PDC, ocupando a partir de maio de 1964 (após o movimento político-militar de 31/06/1964, que derrubou o presidente João Goulart) a liderança de seu partido na Câmara dos Deputados.
      Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, de 27/10/1965, e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se em dezembro de 1965 à ARENA – Aliança Renovadora Nacional, partido governista. Em maio do ano seguinte, tornou-se vice-líder da Arena na Câmara, reelegendo-se nessa legenda no pleito de novembro de 1966. Durante seus mandatos, Triches integrou as comissões de Orçamento, de Segurança Nacional e de Minas e Energia da Câmara, tendo sido, no segundo, vice-líder da Arena e do governo. Membro do PSD, fez parte do movimento de partidos de direita (junto com a UDN e o Partido Libertador) para a formação da conservadora ARENA, sustentação civil do regime militar iniciado com em 1º de abril de 1964.
      Indicado por Brasília, foi eleito governador do Rio Grande do Sul com respaldo parcial da Assembleia Legislativa Estadual em novembro de 1970, já no governo do General Emílio Garrastazu Médici. Assumiu o cargo em março do ano seguinte, dois meses depois de encerrar seu mandato na Câmara, em substituição a Valter Peracchi Barcelos (15/03/1971 a 14/03/1975). Em sua administração, tomou iniciativas nos setores da educação – cedeu parte da área da Estação Experimental de Viticultura e Enologia da Caxias do Sul para a construção da Universidade de Caxias do Sul –, pecuária, agricultura, indústria, transportes – foi dele a proposição da construção da Rota do Sol –, comunicações e energia. Quando deixou o governo gaúcho, foi substituído por Sinval Guazelli, também arenista e igualmente eleito pela Assembleia Legislativa Estadual. Após seu mandato como governador, seria indicado para a presidência da Amazônia Mineração S/A.
      Em 1951, foi eleito Presidente Honorário do Aeroclube de Caxias do Sul. Em 18/10/1974, lhe foi concedido o título de “Cidadão Sul-Lourenciano” pela Câmara Municipal de São Lourenço do Sul – RS.
      Durante a inauguração da nova sede da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, em 22/011/1996, o largo que faz a integração entre o Centro Administrativo Municipal e a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul foi oficialmente denomidado “Centro Cívico Euclides Triches”. No local, foi instalada uma herma com a imagem de Triches, de autoria do escultor caxiense Bruno Segalla.
      Era casado com Neda Mary Eulália Ungaretti Triches, com quem teve um filho, André Ungaretti Triches [1962]. Faleceu no dia 11/02/1994, aos 74 anos, vítima de problemas cardiovasculares, no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre. Foi velado no Palácio Piratini e sepultado no Cemitério Público Municipal de sua cidade natal.

      Locais

      Estado Legal

      Funções, ocupações e atividades

      Mandatos/fontes de autoridade

      Estruturas internas/genealogia

      Euclides Triches foi casado com Neda Mary Eulália Ungaretti, nascida em Caxias – RS, em 15/01/1923. É primogênita de Júlio Lunardi Ungaretti, primogênito de Annuccio Ungaretti e Eulália Lunardi Ungaretti, e de Lyra Bernardi Ungaretti, filha de Paulino Bernardi e Mary Rafaelli. Neda teve três irmãos: Aldo Luiz e Marco Antônio, que faleceram ainda crianças, e Marisa (16/06/1931 a 24/06/2002). Seu pai, Júlio, foi empresário, proprietário da Tecelagem Marisa Ltda. e da Bioquímica Nacional Ltda., do ramo de tecelagem e tinturaria, além de ter sido presidente da Associação Comercial de Caxias do Sul e Presidente da Comissão Organizadora da Festa da Uva, nas edições de 1950 e 1954.

      Neda cursou o primário no Colégio Elementar José Bonifácio e o ginásio no Colégio São José, ambos em Caxias – RS. Seu primeiro contato com Euclides Triches ocorreu por volta de 1942, durante um baile no Clube Juvenil; passaram a encontrar-se com mais frequência durante o footing que ocorria na praça Rui Barbosa. Casaram-se em 15/12/1951, às vésperas de sua posse como prefeito de Caxias do Sul, na residência da família Ungaretti, localizada na rua Os Dezoito do Forte: “Onde era o gabinete do papai, […] a dona […] Sílvia Braghirolli enfeitou. O papai trouxe a seda da tecelagem, prendeu na cortina, fez um altar, encostou a mesa na parede. Nos casamos lá e os familiares aqui [sala]. E, como era […] dezembro, mamãe disse ‘vai ser tempo bom” e colocou umas mesinhas aí fora. Choveu que foi uma beleza! Tiveram que ficar todos dentro de casa! [risos].” Conforme seu depoimento, o vestido que utilizou na cerimônia foi feito por Henriqueta Pezzetti. Em 1959, depois de encerrado o mandato de Triches como Secretário de Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul, o acompanhou durante sua atuação na comissão técnica no EMFA – Estado-Maior das Forças Armadas no Rio de Janeiro – RJ e, em 1961, na viagem relacionada à sua indicação pelo CNPq – Conselho Nacional de Pesquisas para realizar estágio de aperfeiçoamento em estabelecimentos industriais de vários países da Europa.

      De volta ao país, já em 1962, realizou um tratamento para gravidez e permaneceu em Caxias do Sul devido a complicações durante o período de gestação de seu único filho, André Ungaretti Triches. Isso tudo ocorreu na mesma época em que Euclides Triches elegeu-se como Deputado Federal e, segundo relatos da própria Neda, puderam reunir-se como família em Brasília, já capital do país, somente após o seis meses do nascimento de André. O período que residiram em Brasília abrangeu a época do movimento político-militar iniciado em 31/06/1964, que derrubou o presidente João Goulart: “[…] então o Euclides ‘Enche a banheira de água, enche tudo o que é lata de água, porque vai faltar água, vai faltar luz!’. Velas, quantidades de velas. Latas de leite em pó pro André! Meu Deus do Céu, quantas latas de biscoito! […] Mas eu estava lá! Com um menino de seis meses, sem experiência nenhuma! […] eu vivi isso tudo, mas eu não presenciei, porque eu ficava em casa cuidando do meu filho pequeninho.”

      Desde o término do mandato de Euclides como Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Neda reside na cidade do Rio de Janeiro – RJ e faz um balanço de sua vida durante entrevista concedida à Unidade Banco de Memória Oral, em 2009: “Bom, a vida não é sempre muito boa, a gente tem altos e baixos; tem momentos felizes, momentos de menos tranquilidade, satisfações, muitas vezes desgostos, isso eu acho que todos nós temos a vida assim com ondas boas, ruins, momentos bons, momentos ruins. Não posso me queixar, acho que Deus foi muito bom comigo, mas não gostaria de voltar nenhum dia atrás. O que eu vivi está muito bem, o que eu passei foi bom, foi mau, mas… É o fim! Vivi.”.

      Seu filho, André, casou-se com Sheila Pinheiro Costa e teve duas filhas, Juliana e Carolina.

      Contexto geral

      Área de relacionamentos

      Área de pontos de acesso

      Pontos de acesso de assunto

      Pontos de acesso local

      Ocupações

      Área de controle

      Identificador de autoridade arquivística de documentos

      BR.RS.AHMJSA.AP.EUC

      Identificador da entidade custodiadora

      BR.RS.AHMJSA

      Regras ou convenções utilizadas

      Descrições embasadas na norma ISAAR Brasil (CPF) como unidades dentro deste quadro de arranjo, com níveis de detalhamento parciais e visando controlá-las como ponto de acesso.

      Estado atual

      Revisado

      Nível de detalhamento

      Parcial

      Datas de criação, revisão e eliminação

      Idioma(s)

        Sistema(s) de escrita(s)

          Fontes

          • Fundo documental BR.RS.AHMJSA.AP.EUC;
          • jornal “Pioneiro”, edições de 16/09/1972, 12 e 13/02/1994 e 22/11/1996;
          • site CPDOC/FGV – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil [CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; CORRESP. GOV. EST. RS; Encic. Mirador; Grande encic. Delta; IPC. Relação de parlamentares; Jornal do Brasil (20/12/75); MIN. GUERRA. Almanaque (1953); SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; Súmulas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (6 e 8); acesso em 12/12/2022].

          Notas de manutenção