Fernando Faustino da Rosa nasceu no dia oito de março de 1986 em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). Filho de Adão Borges da Rosa e Maria Hélida Faustino. Seu pai, morador e um grande líder comunitário muito atuante e reconhecido no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz por beneficiar centenas de moradores através da cozinha comunitária e tantas outras ações sociais desenvolvidas. Foi um dos fundadores da Escola de Samba Acadêmicos do XV de Novembro em 1962 e da Liga Carnavalesca, a qual foi presidente por treze anos. Ajudava não apenas sua comunidade, como outros bairros de Caxias do Sul. Faleceu em 2007 com cinquenta e seis anos. Fonte: informações obtidas na entrevista e pesquisa realizada pela Unidade.
Fatou Sokhna, mulher senegalesa residindo no Brasil há mais de dez anos. No momento que concedeu a entrevista tinha trinta e três anos. O esposo senegalês veio primeiro em busca de melhores oportunidades de vida. O casal tem dois filhos. O primeiro nasceu no Senegal e o segundo no Brasil. Terminou o ensino médio no Senegal e fez curso de secretariado, trabalhando na área. Em Caxias do Sul, fez cursos na área de confeitaria e padaria. Trabalhou no ofício, mas no momento da entrevista trabalhava em uma loja junto ao irmão, no centro da cidade, fazendo tranças. Fonte: informações obtidas na entrevista.
Fatou Diallo, mulher senegalesa. No momento que concedeu a entrevista tinha trinta e quatro anos e residia no Brasil há sete anos. O esposo senegalês veio primeiro em busca de melhores oportunidades de vida. O casal tem quatro filhos. Dois nasceram no Senegal e os outros dois nasceram no Brasil. Terminou o ensino médio no Senegal, casando-se aos dezoito anos. Em Caxias, fez cursos nas áreas de Leitura, Interpretação de Desenho e Metrologia, trabalhando como metalúrgica na empresa Marcopolo por quase cinco anos. No momento da entrevista trabalhava como vendedora em uma loja no centro da cidade. Fonte: informações obtidas na entrevista.
Annuccio Ungaretti, filho de Geremias e Clelia Ungaretti, nasceu em Valdottavo, Província de Lucca – Itália, a 08/12/1861; migrou para o Brasil em 03/11/1893, a convite de seu irmão Américo Ungaretti que já vivia em solo brasileiro à época e com quem posteriormente associou-se no comércio de fazendas, com lojas em Santo Amaro – SP, São Jerônimo – RS e Porto Alegre – RS. Em viagem para a zona colonial italiana no Rio Grande do Sul, conheceu Eulália Lunardi (07/08/1880 a 03/06/1912), filha de Romano Lunardi e Antonia D’Ambroz Lunardi, com quem casou-se em 29/08/1896 e teve cinco filhos: Júlio, Dario Romano (21/12/1900 a 27/02/1985), Clélia Antonieta (24/03/1903), Iris (09/01/1905 a 02/06/1988) e Nady Hilda (11/12/1907). Após o matrimônio, passou a residir na então Villa de Santa Tereza de Caxias – RS, onde foi um dos primeiros exportadores de vinho e videiras finas da região.
Em chácara de sua propriedade, na área próxima ao então futuro Parque da Imprensa, Annuccio dedicou-se ao cultivo de oliveiras: contava com 110 árvores, plantadas a partir de 1903, e das quais colhia cerca de 4.000 kg de azeitonas. Esta atividade merece grande destaque, já que recebera diversos prêmios em exposições, como a medalha de ouro na 2ª Exposição Agro-Pecuária, realizada na capital gaúcha em 1912, na categoria “azeitonas em conserva”, a medalha de prata na Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro – RJ em 1922, na categoria “Azeitonas – classes 35 e 36”, a medalha de ouro na Exposição Municipal de Caxias – RS, realizada em 1925, na categoria “Conservas de Azeitonas”.
Após o falecimento de Eulália, casou-se novamente com Maddalena Pilla Celi (07/12/1878 a 19/06/1938), viúva de Luciano Celi, industrial do ramo alimentício de Porto Alegre – RS, com quem teve três filhos (Nilo Antônio, nascido em 14/12/1915; Ugo Silvio René, nascido em 15/08/1917; Gema Maria Eulália, nascida em 01/09/1921) e dois enteados (José Ettore Pilla Celi, pintor e fotógrafo conhecido como “Heitor Celi”, e Stella Pilla Celi, nascida em 17/10/1909).
Foi proprietário do segundo quiosque comercial construído na praça Dante Alighieri, onde mantinha o “Bazar Familiar”, cujo contrato com a Intendência Municipal foi assinado em 17/11/1898 e rescindido pela mesma por meio do Ato nº 08, de 12/04/1909, publicado na edição de 17/04/1909 do jornal O Brazil. Ali, foram comercializadas miudezas, fazendas, brinquedos, entre outros. Na década de 1920, já figurava como agente da Loteria Estadual na cidade, nomeação que perdurou até 1942. Também foi proprietário da “Loja Americana”, bazar localizado à então rua Júlio de Castilhos, 79.
A residência de Annuccio Ungaretti, localizada à atual avenida Júlio de Castilhos, onde está construído o Edifício Martinato, foi referência para a fundação de duas instituições importantes para os caxienses: do Sport Club Ideal, primeiro clube de futebol caxiense, fundado em 1910, com a sede instalada aos fundos da residência e que posteriormente passou por uma fusão com o Sport Club Juventude, e da primeira policlínica caxiense, também fundada em 1910, composta de consultórios, sala de operação e alguns quartos hospitalares para os doentes atendidos pelos médicos Cesar Merlo, cirurgião, Vicente Bornancini, oculista, e Henrique Fracasso, então futuros proprietários do Hospital Nossa Senhora de Pompéia.
No âmbito social, participou da Comissão Provisória em prol da fundação da Associação dos Comerciantes de Caxias do Sul, à época Villa de Santa Teresa de Caxias, junto a Ítalo Bersani, Luiz Baldessarini, Mário Marsiaj e Luiz Pieruccini, cuja assembleia ocorreu em 08/07/1901, nos salões da Sociedade Operária Príncipe de Nápoles, e que atualmente corresponde à CIC – Câmara de Indústria e Comércio. Annuccio foi eleito para integrar a Comissão Fiscal da associação.
Em 1913, quando o Colégio Nossa Senhora do Carmo estava instalado em um barracão aos fundos da Igreja Matriz de Caxias – RS, foi criado o Curso Noturno, elementar e comercial, sob a orientação do clero e do Clube Literário Recreio Dante, fundado em 10 de Abril pelo vigário Dom João Meneguzzi. Tinha por finalidade promover a educação, instrução e lazer “com moderação” dos alunos e sua primeira diretoria foi formada por José Panceri, Annuccio Ungaretti e Abramo Eberle; funcionou por quase 20 anos.
Fez parte do Conselho Fiscal da Cooperativa Agrícola de Caxias junto a Antonio Giuriolo, Miguel Muratore, Abramo Eberle e Mansueto Pezzi, e foi sócio-fundador da Sociedade Operária Príncipe de Nápoles, além de atuar como Delegado da Real Agência Consular Italiana na cidade. Em 28/09/1930, Annuccio participou das festividades de inauguração do novo edifício do Colégio Murialdo de Ana Rech, convidado como Paraninfo. Mário Gardelin, enquanto Vereador, indicou seu nome para denominação de rua (Indicação 398/75), localizada no bairro Sagrada Família, em Caxias do Sul – RS. Faleceu em 22/01/1954, com 93 anos, vítima de marasma senil.
Júlio Lunardi Ungaretti, primogênito de Annuccio e Eulália Lunardi Ungaretti, nasceu na Villa de Santa Teresa de Caxias – RS, em 28/05/1897. Casou-se com Lyra Bernardi (de 13/06/1897 a 17/12/1977; filha de Paulino e Mary R. Bernardi), a 18/02/1922, em Porto Alegre – RS, com quem teve quatro filhos: dois meninos (Aldo Luiz e Marco Antônio), que faleceram ainda crianças, Neda (15/01/1923) e Marisa (16/06/1931 a 24/06/2002). Neda casou-se com Euclides Triches, a 15/12/1951, com quem teve um filho, André; Marisa casou-se com Itacir Romeu Rossi, um dos proprietários do Cine Real, a 03/02/1951, com quem teve cinco filhos: Itacir, Valter, Júlio, Tiago e Diogo.
Foi empresário industrial no ramo de tecelagem e confecção: a Tecelagem Marisa Ltda., criada em 1929, tinha sua produção destinada a tecidos e artefatos de seda e rayon. Em 1951, devido ao crescimento da empresa, abriu capital, transformando –se em S/A: passou a fabricar lingerie, jersey de acetato, nylon e poliéster, possuindo tinturaria própria. Associado à Celso Tadei, Júlio também era proprietário da Bioquímica Nacional Ltda., do ramo de tecelagem e tinturaria.
Foi presidente da Associação Comercial de Caxias do Sul – RS, entre 1947 e 1949, e Presidente da Comissão Organizadora da Festa da Uva, nas edições de 1950 e 1954. Foi de sua iniciativa a contratação do pintor italiano Aldo Locatelli para a execução do painel retratando o início da colonização italiana que encontra-se no atual Centro Administrativo Municipal, antigo pavilhão de exposições da Festa da Uva. Fez parte do Rotary Clube de Caxias do Sul e foi um dos fundadores do Centro Ítalo-Brasileiro. Seu nome foi indicado para denominação de avenida, localizada no bairro Desvio Rizzo, em Caxias do Sul – RS. Faleceu em 31/12/1990.
José Ettore Pilla Celi, nasceu no dia 01/02/1907, em Porto Alegre – RS, filho de Maddalena Pilla Celi e Luciano Celi. Desde cedo demonstrou gosto pelo desenho, sendo incentivado pelos familiares e, aos poucos, foi se aperfeiçoando. Quando passou a assinar suas obras, optou pelo nome Heitor Celi, seu segundo nome traduzido para o português. Seu pai, um industrial do ramo alimentício, faleceu jovem, vítima de um incêndio que atingira uma de suas fábricas. Para distraírem-se, Heitor e sua irmã Stella (a outra irmã, Hilda, faleceu repentinamente), passaram a visitar parentes em Caxias – RS, onde sua mãe conheceu o também viúvo Annuccio Ungaretti, pai de cinco filhos. Os viúvos casaram-se e uniram suas famílias.
Nos anos 1930, Heitor decidiu morar no Rio de Janeiro – RJ, onde frequentou o curso de Belas Artes e paralelamente estudou fotografia. Uniu a fotografia à pintura (fotopintura) e fazia retratos a óleo. Na década de 1940, retornou a Porto Alegre, abrindo um atelier denominado "Studio de Arte e Fotografia", na Rua da Praia. Nesta fase, o contato com sua família fica mais assíduo, o que o fez transitar nas sociedades porto-alegrense e caxiense: fez retratos e fotopinturas de Alda Muratore Eberle com os filhos, do casal Salatino, Bispo Dom José Baréa e dos empresários Eduardo Mosele e Aristides Germani. Também pintou retratos para a Metalúrgica Abramo Eberle Ltda. Faleceu em Porto Alegre, no dia 21/05/1959, vítima de um derrame cerebral.
Matteo Carlo Gianella, filho de Giuseppe Gianella e Maria Stornelli Gianella, nasceu em 10 de novembro de 1883 na região de Piemonte, Província de Vercelli, na localidade de Crocemosso, Itália. Desde de menino, Matteo trabalhou em pequenas tecelagens e já aos seis anos de idade conseguia ganhar algumas “liras” emendando fios. Aos 15 anos foi promovido a técnico no ofício de fiandeiro e aos 17, Matteo já havia conseguido economizar algum dinheiro. Incentivado pelo pai, partiu para a América, estabelecendo-se em Buenos Aires, onde permaneceu por 11 anos trabalhando na sua profissão. Encarregado de montar o maquinário da Fábrica de Lã Campomar (Campomare), e posteriormente outra fábrica, denominada Buzzalla, Matteo ganhou experiência no ramo da tecelagem na capital argentina.
Porém, foi através de um anúncio de jornal em Buenos Aires, e em meio a muitas dificuldades na capital argentina, que Matteo decidiu vir para o Brasil por volta de 1913, ano em que recebeu o convite de Hércules Galló para ajudar a instalar em Galópolis a fiação e fábrica de fios que veio a se transformar no Lanifício São Pedro, posteriormente, Lanifício Sehbe S.A. Com conhecimento técnico em máquinas e especialização no ramo têxtil, foi designado a montar os equipamentos do lanifício, onde trabalhou por quatro anos. Naquela localidade, Matteo conheceu Ermelinda Viero, com quem casou a 04 de março de 1916. O casal teve seis filhos, dos quais dois faleceram ainda pequenos, sendo um deles, José, que faleceu aos 4 anos. Chegaram à idade adulta: Doviglio, Remo, Italia e Elite.
O sonho de abrir sua própria tecelagem começou a ser realizado após seu casamento com Ermelinda, quando o jovem casal estabeleceu-se em Santa Lúcia da IX Légua, dando início a uma pequena indústria com tecnologia rudimentar, que fabricava artigos para montaria. Ermelinda tingia e bordava as peças, que eram comercializadas no armazém de Abramo Eberle. O empreendimento começou em 1917, com máquinas de segunda mão e outras desenvolvidas pelo próprio Matteo, na Oficina Mecânica de Bortolo Triches, avô de Euclides Triches. Depois, com a ajuda do sogro Andrea Viero, o qual foi seu sócio por aproximadamente dois anos, Matteo adquiriu de Bortolo Triches, a propriedade que pertencia inicialmente à família Corsetti, às margens do Arroio Tega, no arrabalde Santa Catarina.
Surgiu, porém, um problema, não havia dinheiro para comprar a lã, matéria-prima da fábrica. Foi quando dona Ermelinda lembrou-se de que o colchão que haviam recebido de presente quando casaram continha aproximadamente 40 quilos de lã. Poderiam desmanchá-lo e assim dar início aos trabalhos da fábrica em 1920, quando a sociedade é modificada, entrando Domingos Viero em lugar de seu pai. Nessa época, a empresa denominava-se Matteo Gianella & Viero, que perdurou durante 20 anos. Tempo em que a produção diversificou-se e pavilhões foram sendo construídos. À medida em que novas máquinas iam sendo compradas, Matteo acrescentava as de sua própria inventividade. Em 1940, os filhos do casal, Doviglio e Remo, assumem a parte transferida por Domingos Viero e a empresa passa a se chamar Matteo Gianella & Cia. Após a morte de Matteo, em novembro de 1942, a razão social passa a ser Vva. Matteo Gianella & Cia.
Matteo Gianella teve seu nome designado para nomear uma das ruas do bairro Santa Catarina e também duas escolas da cidade, uma localizada em Santo Homo Bom, Zona Pigatto, no interior de Ana Rech, inaugurada em maio de 1953 e outra no bairro Santa Catarina, denominada nos anos de 1980, Escola Estadual de 1o Grau Matteo Gianella, oriunda da fusão da Escola Reunida Santa Catarina, posteriormente, Escola Isolada do Bairro Santa Catarina, com o G.E. Aristides Germani.
Ermelinda Viero Gianella, filha de Andrea Viero e Eliza Depauli Viero, nasceu em 27 de junho de 1893, em São Pedro da 3ª Légua, onde estudou na escola da professora Candinha Bay. Após concluir a “Seleta”, foi convidada por sua professora para ajudá-la na escola, devido ao seu destaque nos estudos e ao grande número de alunos para atender. Ermelinda cuidava do material didático e das lousas ou pedras para que estivessem limpas na hora de serem usadas. Porém, o que Ermelinda desejava mesmo era costurar e, depois de algum tempo mudou-se para a casa de parentes, em Caxias, onde trabalhava como doméstica no turno da manhã, e à tarde frequentava a casa de Maria Bragagnollo, na época uma das melhores modistas, para aprender corte e costura. Já dominando a nova profissão, voltou para a Terceira Légua e começou a costurar.
Ermelinda conheceu Matteo Gianella na festa do Santo Padroeiro, no entanto, o casal teve muitas dificuldades para levar o namoro a diante, pois como Matteo era bem mais velho e vinha de Buenos Aires, o pai de Ermelinda, preocupado com a possibilidade de ele ser um homem comprometido, criou muitos empecilhos para que o casamento se realizasse e só permitiu depois que Matteo provou que realmente era solteiro. Ermelinda e Matteo casaram em 04 de março de 1916 e fixaram residência em Galópolis, em uma das casas de alvenaria do Lanifício, onde Matteo ainda trabalhou por algum tempo.
Entretanto, desgostoso com os baixos salários que recebia, Matteo se propôs a abrir seu próprio estabelecimento e construiu seus primeiros teares, porém, não tinha dinheiro para adquirir a matéria-prima. O pai de Ermelinda, entusiasmado com a iniciativa do genro, decidiu associar-se no negócio e comprou as terras e o moinho que pertenciam à família Corsettti, no arrabalde de Santa Catarina, onde foi instalado o primeiro Lanifício Matteo Gianella. Com dificuldades financeiras para dar início ao negócio, Matteo tentou arranjar dinheiro emprestado. Não conseguindo seu intento, Ermelinda propôs desmanchar o colchão “de pura lã” que haviam ganhado dos familiares, como presente de casamento. De posse da matéria-prima deram início ao novo lanifício, no qual Ermelinda se ocupava de forma intensa, fiando, cardando, operando nos teares e cuidando dos livros da empresa, além de realizar suas tarefas de dona de casa e mãe.
Ermelinda, que era boa costureira e desenhista, desempenhou múltiplas funções, cuidando dos negócios quando o marido se ausentava e assumindo gradativamente responsabilidades para o bom andamento da empresa. Durante o período em que Matteo se encontrava em Caxias, o trabalho de supervisão era dividido entre os dois. Ermelinda tomava conta da produção dos setores onde trabalhavam as mulheres, e Matteo se ocupava mais com a produção de fios e tecidos. Desse modo, Ermelinda teve importante participação no lanifício fundado em 1917, sendo considerada a primeira mulher em Caxias a operar uma máquina de malhas, a qual foi importada da Itália por Matteo.
Aos 49 anos, Ermelinda fica viúva e leva adiante o empreendimento, dando continuidade às suas atividades na fábrica, que passa a denominar-se Vva. Matteo Gianella & Cia., cuidando dos negócios e dando rumo à tecelagem, até entregá-la para os filhos, quando a razão social da empresa passa a ser Vva. Matteo Gianella & Filhos. Ao final da década de 1960 é fundada a Fiação Ermelinda Gianella S.A., especializada em fios para malharia, tricô e tapeçaria. Além de todas as tarefas que desempenhava na empresa, Ermelinda encontrava tempo para auxiliar os operários da fábrica e os moradores do bairro com roupas, alimentos, medicamentos e palavras de conforto quando necessário. Sempre comprometida com as questões sociais, Ermelinda trabalhou para a construção da atual Igreja de Santa Catarina, ajudou na fundação do Grêmio Esportivo Gianella e se empenhou para que fosse criada a Escola Estadual Matteo Gianella. Estava sempre presente nas atividades ligadas à igreja e à escola. As festas de Santa Catarina e de 1o de Maio eram comemoradas com os operários, sempre com um concorrido churrasco de confraternização.
Conforme entrevista de seu filho Doviglio Gianella ao jornal Pioneiro, edição de 25 e 26 de novembro de 2000, Ermelinda ajudou a fundar, [em 1949], a Ordem Terceira de São Francisco em Caxias do Sul. Com o falecimento de Ermelinda, em 2 de julho de 1969, o complexo já havia se desdobrado em Lanifício Matteo Gianella Ltda e Fiação Ermelinda Gianella S.A., que no final da década de 1970, muda sua razão social para Ermelinda Gianella Ltda.