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Registro de autoridade
Santina Barp Amorim
BR RS AHMJSA · Pessoa · n. 13/10/1930 - f. 01/05/2018

Santina Barp Amorin nasceu dia 13 de outubro de 1930, na Vila Segredo, em Vacaria, Rio Grande do Sul (Brasil), filha de Victório Barp e de Madalena Agostini Barp. Foi professora, supervisora de ensino e, posteriormente, Secretária da Educação e Cultura do município de Caxias do Sul, entre 1973 e 1976. Na década de 1970, exerceu a atividade de secretária executiva do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). Em 1977, atuou como orientadora educacional no Colégio Estadual Santa Catarina. Foi responsável pela fundação do Centro Olímpico de Caxias do Sul, pela criação dos símbolos do brasão e da bandeira do município. As criações do Museu Ambiência Casa de Pedra, do Museu Municipal e do Arquivo Histórico Municipal se deram durante a sua administração como secretária. Faleceu em 2018.

saúde
Saul João Devenz
BR RS AHMJSA · Pessoa · n. 09/11/1955

Saul João Devenz nasceu no dia nove de novembro de 1955, filho de Alcides João Devenz e de Zélia Catarina Mezzomo Devenz, em Flores da Cunha, Rio Grande do Sul (Brasil). O pai foi professor de “leitura e interpretação de desenho”, no SENAI – Nilo Peçanha, durante trinta e nove anos. O entrevistado estudou no Instituto de Educação Cristóvão de Mendoza e no SENAI. Trabalhou na Robertshaw do Brasil em 1974. Ainda na instituição SENAI, foi professor de mecânica, entre 1977 e 1992, e a partir de 1992 exerceu o cargo de diretor. Em 2012, ano da entrevista, continuava atuando como diretor dessa instituição.

Serenita Adami Giazzon

Serenita Adami Giazzon nasceu no dia 17 de junho de 1926 em Antônio Prado, Rio Grande do Sul, Brasil. Filha de João Spadari Adami e de Etelvina de Castro Adami. O pai foi historiador autodidata com grande relevância para Caxias do Sul (RS). O Arquivo Histórico Municipal leva o nome de João Spadari Adami em homenagem a sua dedicação à pesquisa e ao resgate de documentos que contribuem para desvelar a história local. A entrevistada estudou no Colégio Elementar José Bonifácio, atual Escola Estadual de Primeiro Grau Presidente Vargas, e na Escola São Carlos. Foi funcionária pública da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul entre 1949 e 1979. Casou-se com Dionysio Giazzon em 1952. Serenita e o marido participaram da fundação do Banco de Olhos de Caxias do Sul, promovida pelo Lions Clube São Pelegrino, em 24 de julho de 1979. O casal atuou na diretoria e nas campanhas promovidas pela entidade.

Sergio Ubirajara da Silva Rosa
Pessoa · n. 18/08/1960

Sergio Ubirajara da Silva Rosa nasceu no dia dezoito de agosto de 1960 em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil), filho de Zélia da Silva e seu padrinho de criação Eli Rosa. Criado pelos avós Sebastiana Felíssima da Silva e Gasparino Caetano da Silva. Licenciado em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul, é ativista do movimento negro e atuou nas mais diferentes frentes do negro em Caxias do Sul. Candidato pelo Partido Socialista Brasileiro ao cargo de vereador e deputado federal. Foi presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Caxias do Sul, presidente da Liga Carnavalesca de Caxias do Sul, presidente do Clube Gaúcho, dentre outras atividades. Atualmente é secretário da Negritude Socialista Brasileira pelo partido PSB.

Silene Bacchi Scopel
Pessoa · n. 1931 - f. 2009

Silene Bacchi Scopel (1931-2009), natural de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil), filha de Agheda Meschieri Bacchi (1896-…) e Firmino Bacchi (1897-1958). Estabeleceram-se em São Brás, onde trabalharam no cultivo da terra.

Sociedade Vinícola Rio Grandense Ltda.
BR.RS.AHMJSA.AP.VRG · Entidade coletiva · 1929-1997

A década de 1920 foi caracterizada por grande desunião no seio do setor vitivinícola gaúcho, com brigas intermináveis e desentendimentos crônicos entre as principais lideranças, além da concorrência desleal e suicida entre as vinícolas. Altas e descontroladas produções associadas às práticas de diminuição dos preços iniciaram a grande crise. As autoridades gaúchas, preocupadas, promoveram reuniões, discussões e induziram 49 vinícolas a se unirem em torno de uma instituição comum, o Syndicato Viti-Vinícola do Rio Grande do Sul, consolidado no final de 1928. Era a tentativa de unir a vitivinicultura gaúcha. O governo estadual, através de decreto, criou o primeiro instrumento legal para fortalecer o Syndicato e atrair o setor em torno dele, impondo a obrigatoriedade de exames bromatológicos dos vinhos a serem comercializados, expediente pago e somente realizado através desta instituição. Esse dispositivo legal lhe deu força de órgão estatal e passou a privilegiar com custo zero seus associados aderentes, em detrimento daqueles muitos que optaram por ficar de fora e que teriam que pagar a cada exame solicitado. Com isso, a desunião e os embates cresceram ainda mais dentro do setor. Devido à tal situação e artimanhas oficiais, além do medo de serem engolidos pela séria crise que se espalhava pela Serra Gaúcha, alguns empreendedores setoriais e líderes políticos incumbiram o contador José Moraes Vellinho de buscar melhorias e constituir uma sociedade comercial a partir da união dos empresários. Após muitas negociações, foi formada a Sociedade Vinícola Rio Grandense Ltda, em 5 de junho de 1929, dando início às suas atividades com o intuito de ajustar interesses historicamente antagônicos, construir novos padrões de qualidade para o vinho e ter o encargo de receber, homogeneizar e comercializar a produção de seus fundadores e associados, garantindo a aglutinação dos negociantes de vinho da região, o que permitiria a imposição dos interesses do Governo Estadual para “sanar o setor”. A Sociedade Vinícola Rio Grandense foi um braço importante na atuação comercial do Syndicato, que o eximia de atuar diretamente nas desgastantes brigas comerciais. Não seria tarefa simples, já que envolvia um trabalho insano e que exigiria grande habilidade de negociação para alcançar o milagre de aproximar posições historicamente antagônicas, ajustar interesses conflitantes e curar feridas profundas de rixas anteriores. Apesar disso, sua atuação não pacificou o setor, pois desentendimentos e embates tornaram-se acirrados, o que criou dois blocos distintos na vitivinicultura gaúcha: Sociedade Vinícola de um lado, vinícolas independentes do outro que, aos poucos, foram se associando em grupos, dando origem às Cooperativas Vinícolas. A Sociedade Vinícola Rio Grandense continuava a ser o braço operacional do governo gaúcho na regulamentação do mercado em 1930, sendo iniciada a fase de consolidação da empresa, que passou a comprar uvas dos produtores e coordenar a vinificação nas cantinas dos associados, assim dando dimensão maior ao negócio e um novo ritmo de atuação no setor.

Em 1932, a Sociedade Vinícola Rio Grandense, seguindo a linha de inovações, efetuou uma importação de cerca de 130 variedades europeias (italianas e francesas) e iniciou a formação dos famosos vinhedos conhecidos por Granja União, no município de Flores da Cunha, com o objetivo de dar os primeiros passos na direção de produzir vinhos varietais finos (uvas viníferas), tudo sob a inspeção de seu diretor técnico, o enólogo Guido D’Andrea. Em 1935, a Sociedade engarrafou e comercializou a primeira produção de vinhos varietais finos, sob o rótulo Granja União, que fizeram sucesso em todo País. A área de vinhedos de castas finas viníferas da Granja União totalizava 150 hectares. As garrafas dos vinhos Granja União, Barbera, Cabernet, etc, inauguraram um período de reinado desses varietais no mercado brasileiro que viria a perdurar nas décadas seguintes. Para dar suporte a suas atividades, a Sociedade Vinícola expandiu sua estrutura de comercialização em nível nacional, abrindo filiais em Salvador (1936), Farroupilha, (1939), Rio de Janeiro (1941), Rio Grande (1942) e São Paulo (1945), completando com Curitiba e Recife, e a abertura de um entreposto em Belo Horizonte, todos na década de 1950. Os grandes volumes de vinho de mesa eram transportados a granel, saindo das adegas da Sociedade Vinícola em caminhões-pipa com destino a Porto Alegre, visando completar a capacidade dos tanques de navios fretados que abasteceriam outros estados, nos entrepostos da Sociedade. A empresa tinha, ainda, a sua própria tanoaria.

Na década de 1940, a Sociedade Vinícola Rio Grandense viu o mercado de vinhos finos diminuir, em virtude da Segunda Guerra Mundial. Como detinha boa reserva de capital, decidiu investir em outro mercado: o de papel e celulose. Para um estudo de viabilização, os diretores da Sociedade Vínicola, Galeazzo Paganelli e José Moraes Vellinho, resolveram enviar um emissário em busca de pinheiros nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Essa tarefa foi atribuída a Alfredo Fedrizzi, homem de confiança que durante onze anos provara sua dedicação e sua habilidade na empresa. A construção do primeiro prédio da Celulose Irani iniciou em 1942, ano em que a olaria já estava em funcionamento, que, além dos tijolos, fornecia telhas para a construção da fábrica. Em 1942, foram instalados os primeiros equipamentos industriais: um britador com acionamento hidráulico, as primeiras caldeiras “J. Martins” e a primeira máquina a vapor para geração de energia.

Em Caí, operava uma fábrica de garrafas com alta capacidade de produção anual, empregadas nas suas diversas linhas de engarrafamento. Considerando os grandes volumes transportados a granel, embarrilado e garrafas encaixotadas, ela ofereceu rápido retorno de capital: a multinacional italiana Martini & Rossi, instalou duas unidades produtoras de vermute no Brasil, em 1951, uma em São Paulo e outra em Recife, e firmou um acordo de compra de grandes volumes de vinho base com a Sociedade Vinícola; acordo similar foi assinado com a Cinzano. Com esses acordos, houve grande incremento na demanda que passou a exigir grandes quantidades de embarques de vinho base da variedade americana Herbemont, esbarrando com crescentes dificuldades com a navegação de cabotagem, cuja frota de navios-tanques era insuficiente, impactando nos prazos de comercialização. Considerando os grandes volumes transportados e as possibilidades de transformar o mesmo nas modalidades a granel, embarrilado e encaixotado, a empresa adquiriu um navio para carga seca para transporte de vinhos em barris e em garrafas encaixotadas: batizado de “Vinho Castelo” (homônimo ao carro-chefe dos produtos da empresa: o vinho comum de nome “Vinho Castelo”, foi líder absoluto em vendas dentre todos produzidos durante o período de 1946 e 1955). O famoso navio “Vinho Castelo” passou a transportar grandes quantidades de barris e caixas de vinho, proporcionando o total domínio do transporte do vinho para os grandes centros consumidores. Foi o início da fase sob a denominação social de Indústria, Comércio e Navegação – Sociedade Vinícola Rio Grandense Ltda., trabalhando no setor vitícola, de características agrícolas, com contratos de compra e venda de uva com pequenos e grandes agricultores, pelos quais a indústria se obrigava a fornecer insumos, equipamentos e assistência técnica, e os preços variavam de acordo com a safra, com a qualidade e com os fatores mercadológicos mais voláteis.

Apesar da necessidade de grande número de barris, os custos operacionais caíram, criando maior competitividade para os vinhos da Sociedade Vinícola. O navio “Vinho Castelo” era utilizado com grande versatilidade, ora transportando vinho em pipas para Santos, Rio de Janeiro e Nordeste, ora levando madeira para a Argentina, de onde voltava carregado de trigo. Em 1957, numa das viagens do navio Vinho Castelo para a Argentina, ele se chocou contra rochedos e foi a pique na costa uruguaia, causando grande prejuízo e perda total. A partir deste acidente, a Sociedade Vinícola se associou às cooperativas Garibaldi, Aurora e Forqueta, fundando a empresa de navegação Navinsul, com um navio-tanque próprio para abastecer o porto de Santos. Os demais destinos ficaram com a navegação de cabotagem. As três cooperativas unidas em uma federação montaram também uma central de engarrafamento em Santos, comercializando o rótulo comum Centauro. Neste período, acontecia a chegada das primeiras empresas multinacionais interessadas na exploração do setor vitivinícola e do mercado no Brasil. A Bernard Tailland Importadora S/A, associada a vinícolas na Argélia e na França, resolveu lançar vinho de sua marca no mercado brasileiro e, depois de muitas consultas (a Sociedade não aceitou o esquema proposto), fechou contrato com a Cooperativa Vinícola Aurora que, a partir de 1962, passou a produzir o vinho rotulado Bernard Tailland, com grande sucesso comercial. Este fato desencadeou outras iniciativas de encomendar vinhos finos às vinícolas nacionais e proceder à comercialização através de redes próprias. O rótulo Bernard Tailland marcou o início do processo de afirmação e aceitação de vinhos finos brasileiros no mercado nacional, e foi uma oportunidade perdida pela Sociedade Vinícola Rio Grandense, por uma decisão equivocada. Talvez esse tenha sido um dos mais graves erros de avaliação, contrariando, inclusive, a postura sempre vanguardista da Sociedade, que começou a sofrer perda de ritmo e da saúde empresarial, sofrendo um divórcio de sincronismo com o movimento de modernização do setor vitivinícola brasileiro.

Este novo nicho de negócios era diferente daqueles volumosos fornecimentos de vinhos base baratos para alimentar a produção de vermute e quinados da Martini & Rossi ou da Cinzano. Agora estavam em jogo vinhos finos, varietais de uvas viníferas ou europeias, com maior valor agregado e de colocação crescente num mercado recém-despertado para a qualidade possível do vinho brasileiro. Ao longo de 1964, o desenvolvimento acelerado da rede rodoviária centro-sul produziu reflexos importantes na política de transporte de cargas para o Nordeste, especialmente pela maior flexibilidade do transporte por caminhões, economicamente mais atrativo, de gerenciamento muito mais simples e de custos bem mais baixos, colocando em cheque a solução Navinsul, com toda sua complexidade operacional e custos altos de manutenção de um navio. Foi, então, que os sócios resolveram desativar o esquema de cabotagem e vender o navio. Em 30 de setembro de 1964, a Indústria, Comércio e Navegação – Sociedade Vinícola Rio Grandense Ltda. teve alterada sua razão social de Ltda. para S.A., assumindo a nova e definitiva denominação de Companhia Vinícola Rio Grandense. Seu funcionamento foi encerrado em 1997.

Em 1999, os irmãos Deunir e Itacir Argenta, adquiriram o Vinhedo Granja União, em Flores da Cunha – RS, e desenvolveram um moderno projeto para produção de uvas e vinhos que, em homenagem ao patriarca, foi denominado “Luiz Argenta Vinhos Finos”. Volmar Salvador e PauloTonet adquiriram o vinhedo San Felício e fundaram a Vinícola Terrasul, na cidade de Pinheiro Machado – RS, entre as regiões da Campanha e da Serra do Sudeste. Depois, adquiriram um prédio, também da Companhia Vinícola Rio Grandense, em Flores da Cunha, e ali instalaram a cantina, na qual trabalham a produção de vinhos finos e de vinhos de mesa.